Uma imagem de testes divulgada pela NASA mostrou um grande potencial do telescópio espacial James Webb, que registrou a visão infravermelha mais longa e profunda do nosso universo. A imagem foi divulgada na última quarta-feira (6) e, segundo as informações, foi capturada pelo instrumento “Fine Guidance Sensor” (FGS), em um período de oito dias.

A imagem na verdade é uma composição de 72 registros ao longo de 32 horas de exposição. Apesar da beleza do material – que você confere logo abaixo -, os especialistas da Agência Espacial Canadense, que construiu o FGS, ressaltaram que o instrumento não é científico e sua serventia é a de assegurar que o telescópio “olhe” para o seu alvo de forma apropriada.

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Foto mais profunda do universo, capturada pelo telescópio espacial James Webb, mostra diversas estrelas e galáxias de uma distância que, antes, nos era difícil enxergar
Foto mais profunda do universo, capturada pelo telescópio espacial James Webb, mostra diversas estrelas e galáxias de uma distância que, antes, nos era difícil enxergar (Imagem: NASA/FGS/Divulgação)

Segundo um comunicado descritivo da NASA, a imagem acima corresponde à estrela HD147980, e foi capturada durante o que a agência chamou de “teste de rolagem” – basicamente, a câmera deveria seguir apontada para o alvo em foco enquanto o telescópio inteiro rolava de um lado a outro, tal qual uma nave.

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O resultado foi uma imagem infravermelha com escalas de cor indo do branco ao vermelho, com os pontos brancos representando objetos mais brilhantes, e os vermelhos, mais escuros. Na imagem acima, os pontos que parecem sinais de adição (“+”) são estrelas. Os outros são galáxias inteiras.

“As manchas mais escuras são exatamente o tipo de galáxias mais ‘apagadas’ que o James Webb vai estudar em seu primeiro ano de operações científicas”, disse Jane Rigby, cientista de operações do telescópio espacial no Centro de Voo Goddard, mantido pela NASA em Maryland.

Apesar da beleza da imagem, há erros nela: entusiastas da fotografia reconhecerão os pontos onde a câmera tremeu (os pontos pretos mais ao centro). Isso acontece quando o telescópio ajusta sua posição durante as exposições, saturando seus detectores.

O interessante é que as fotos capturadas pelo FGS não terão valor científico e, na maior parte dos casos, serão descartadas minutos após serem registradas. O real trabalho do James Webb, no entanto, deve ser exibido pela primeira vez na próxima semana: no dia 12, a NASA promoverá uma transmissão ao vivo onde mostrará a primeira imagem científica capturada pelo telescópio, que se aproxima do fim do seu período de comissionamento de instrumentos.

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