Dados obtidos pelo Telescópio Espacial James Webb fornecem informações incríveis sobre as galáxias mais distantes já vistas. Algumas datam pouco mais de 200 milhões de anos após o Big Bang. Caso novos estudos confirmem o feito, o telescópio baterá o próprio recorde.

Uma semana após a divulgação das primeiras imagens feitas pelo James Webb, o instrumento já foi capaz de detectar galáxias a cerca de 300 milhões de anos após o Big Bang. Até então, a galáxia mais distante confirmada era a GN-z11, de 420 milhões de anos após o Big Bang.

publicidade

Leia mais:

Para identificar a distância de uma galáxia, os cientistas usam o “redshift”, responsável por identificar o desvio de luz de vários objetos, em direção a frequências de onda mais longas e avermelhadas conforme viajam em nossa direção. Quanto maior o desvio, mais tempo a luz viajou. O redshift atua segundo o princípio de expansão contínua do universo.

publicidade

A galáxia GN-z11 está no redshift 11,6. As novas galáxias encontradas, estão no redshift 13. Para que essas distâncias sejam confirmadas, será necessário realizar uma análise espectroscópica, que divide a luz de um objeto no que os cientistas chamam de espectro.

O Quinteto de Galáxias de Stephan, visto pelos instrumentos NIRCam e MIRI do Telescópio Espacial James Webb. (Crédito da imagem: NASA, ESA, CSA, STScI)

Universo distante flagrado pelo James Webb

Astrônomos da Universidade do Missouri-Columbia usaram a lente gravitacional para identificar 88 galáxias candidatas além de um redshift de 11 e, mais algumas candidatas, em um redshift estimado de 20. Se essas informações forem confirmadas, essas galáxias seriam as mais distantes já detectadas.

publicidade

Uma equipe de pesquisadores da Universidade de Edimburgo encontrou uma galáxia candidata com um redshift de 16,7, o que equivale a 250 milhões de anos após o Big Bang. Além disso, foram vistas outras cinco galáxias com redshift de 12 – todas superam o recorde estabelecido pelo antecessor do James Webb, o Telescópio Espacial Hubble.

Por fim, astrônomos da Universidade do Texas descobriram uma galáxia candidata com redshift de 14,3, ou seja, a 280 milhões de anos após o Big Bang. Uma curiosidade é que os astrônomos descobriram que esta galáxia pode ter sido vista pelo Hubble, mas não foi reconhecida na época.

publicidade

A quantidade de luz ultravioleta emitida por uma galáxia está fortemente ligada à formação estelar, quanto mais jovens são as estrelas que formam as galáxias, mais luz ultravioleta ela emite. Contrariando algumas expectativas, a taxa de formação de estrelas pode diminuir gradualmente quanto mais longe no tempo olhamos.

Quanto mais atrás no tempo o James Webb conseguir ver maiores serão as chances de encontrar as primeiras galáxias que existiram, a 100 milhões de anos após o Big Bang. Além da sorte, em realizar tal descoberta, esse feito dependerá de lentes gravitacionais sem precedentes para visualizar essas galáxias.

Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube? Inscreva-se no nosso canal!