O sonho de muita criança é ser um astronauta. Talvez por um incentivo da intensa corrida espacial da segunda metade do século passado, o fato é que a figura do homem de capacete espelhado faz parte do imaginário comum e a ideia de trabalhar explorando o universo sempre soa como fascinante. Mas deixando de lado conceitos de filmes de ficção científica, quanto será que ganha um astronauta para arriscar sua vida em lançamentos espaciais?

A resposta para essa pergunta, claro, não é simples. Até porque o trabalho de um astronauta varia bastante e também a agência ao qual ele responde e o tempo de atuação. Mais difícil ainda é conseguir ser um astronauta, já que as vagas não são muitas e é um mercado bastante concorrido, mas já vamos explicar isso mais para frente. 

Para facilitar as coisas, vamos pegar como base a NASA. A Agência Espacial dos Estados Unidos, como um órgão público, sempre divulga gastos e salários com a equipa espacial. Já no caso da Roscosmos, da Rússia e da Administração Espacial Nacional da China essas informações são um pouco mais escassas. 

Astronauta Bruce McCandless em uma caminhada espacial sem cordão umbilical em 1984
Astronauta Bruce McCandless em uma caminhada espacial sem cordão umbilical em 1984. Créditos: NASA

Um astronauta da NASA ganha quanto?

Na prática, a NASA informa que um astronauta novato, que acabou de ser recrutado, ganha em média US$ 66 mil anuais, o que dá pouco mais de R$ 320 mil ou algo na faixa de R$ 26 mil por mês. No entanto, profissionais com mais tempo de experiência podem faturar muito mais. 

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A maioria dos astronautas da NASA estão nos níveis GS-12 e GS-13 da  empresa. Um GS-12 inicial recebe os US$ 66 mil por ano. Após alguns anos, ele sobe de nível, ainda na mesma categoria e na última fase do GS-12 pode receber US$ 86 mil anuais. Isso, claro, depende do tempo de casa e do desempenho do profissional. 

Esses ainda não são os últimos níveis. Depois de alguns anos, o profissional pode ir para a etapa 1 do nível GS-13 e faturar US$ 78 mil por ano. A fase final do GS-13 possui o maior salário que um astronauta ganha, de incríveis US$ 102 mil. Um salário bastante robusto, mas que é muito difícil de ser alcançado. Esses valores, não são exclusivos da NASA e fazem parte da escala do Governo dos EUA para pagar funcionários públicos.

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Como virar um astronauta?

Aliás, ser um astronauta já é muito difícil. Na NASA, existe um concurso concorridíssimo e, apesar de não existir uma formação acadêmica obrigatória, normalmente os profissionais possuem formações nas áreas de física, engenharia ou astronomia. O processo de seleção é considerado cerca de 74 vezes mais difícil que o da Universidade de Harvard e acontece uma vez a cada dois anos. Ou seja, se você pretende tentar ser um astronauta é bom se preparar bastante.

O número de aprovados também é baixíssimo. Em 2017, por exemplo, a turma de astronautas da temporada foi formada apenas por 12 dos 18.300 candidatos. Lembrando que os astronautas da empresa não atuam apenas em missões lideradas pela própria NASA, mas também de empresas terceirizadas como a SpaceX e a Blue Origin.

O processo em si envolve principalmente três elementos:

  • análise do perfil
  • exame médico
  • entrevista

Inicialmente, os inscritos são avaliados pelo RH da NASA para ver se se encaixam no perfil. Os pré-selecionados então vão para uma banca do Painel de Classificação de Astronautas, composto por cerca de 50 profissionais da área.

Como se tornar um astronauta tendo nascido no Brasil?

Bom, primeiramente, para participar do processo da NASA ou da ESA (agência europeia( é preciso ter naturalidade respectivamente americana ou de algum dos 22 países-membros da agência europeia. Ou seja, não há naturalmente uma forma de se tornar astronauta sendo brasileiro. 

Os países da ESA são: Áustria, Bélgica, República Checa, Dinamarca, Estônia, Finlândia, França, Alemanha, Grécia, Hungria, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Holanda, Noruega, Polônia, Portugal, Romênia, Espanha, Suécia, Suíça e Reino Unido. Incluem também nações associadas como Canadá, Eslovênia, a Letônia, Lituânia, Bulgária, Croácia, Chipre, Malta e Eslováquia.

A boa notícia é que alguns desses países possuem um processo simplificado para quem deseja obter cidadania, o que pode facilitar o sonho de quem deseja ser um astronauta.

Mas será possível se tornar um astronauta apenas sendo cidadão brasileiro? Bom, temos apenas um histórico desses, o de Marcos Pontes. Na época houve um projeto do Brasil em parceria com agências internacionais para levar um brasileiro ao espaço. Atualmente não existe nenhum programa desse tipo em andamento. No entanto, o Brasil tem participação, por exemplo, no Programa Artemis, que visa levar astronautas novamente à Lua. Então quem sabe no futuro uma oportunidade do tipo volte a aparecer. 

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