O herdeiro Lee Jae-yong recebeu perdão do atual presidente sul-coreano Yoon Suk-yeol por seus crimes. Esse perdão presidencial é importante porque abre as portas para Lee retomar o comando da Samsung – fundada por seu avô, Lee Byung-Chul.

“Obrigado por me dar a oportunidade de começar de novo. Sinto muito por causar preocupação a muitas pessoas”, disse Lee em um comunicado. “Vou me esforçar mais para retribuir à sociedade e crescer juntos”.

Sob a lei coreana, criminosos condenados são impedidos de ocupar cargos formais em uma empresa como a Samsung por cinco anos após sua condenação. Ainda assim, o herdeiro continuou a receber relatórios da empresa sem ter um título oficial, segundo a Bloomberg.

“Em uma tentativa de superar a crise econômica revitalizando a economia, o vice-presidente da Samsung Electronics, Lee Jae-yong, cuja pena suspensa terminou recentemente, será reintegrado”, disse o governo sul-coreano em comunicado divulgado pelo Financial Times.

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A notícia chega em bom momento para a empresa, já que a Samsung está sem presidente desde que o pai de Lee, Lee Kun-hee, morreu em outubro de 2020. Aliás, vale lembrar que este mesmo perdão presidencial já foi concedido duas vezes ao pai de Lee, que foi condenado por corrupção e evasão fiscal em 1996 e 2008.

Agora, Lee deve retornar ao comando da Samsung e tomar decisões estratégicas para vencer a inflação, a instabilidade causada pela guerra na Ucrânia, os problemas na cadeia de suprimentos criados pelos bloqueios de Covid da China e até mesmo as complicações resultantes do aumento das tensões entre a China e os Estados Unidos.

Internamente, existe um apoio popular ao retorno formal de Lee. Isso porque, como informou a Associated Press, cerca de 5 milhões de habitantes da Coreia do Sul possuem ações da Samsung.

Ainda assim, existem críticos ao perdão que afirmam que é uma atitude endêmica em um país como a Coreia, onde existe uma relação entre os negócios e a elite política que beira à corrupção, observou o Financial Times.

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Entenda o escândalo

O perdão, que será formalizado no próximo dia 15, é a última reviravolta em um escândalo de suborno que remonta a 2017. Na ocasião, Lee Jae-yong – conhecido no Ocidente como Jay Y. Lee – foi acusado de subornar a então presidente Park Geun-hye.

Como consequência, o herdeiro da Samsung foi condenado inicialmente a cinco anos de prisão após ser culpado pelo crime de corrupção. No entanto, menos de um ano após sua sentença ele foi libertado por conta de um pedido de recurso.

Em 2021, ele foi novamente preso em janeiro e, posteriormente, solto novamente em agosto em liberdade condicional. No total, ele cumpriu um ano e meio de sentença estipulada em 30 meses.

Mas os problemas legais do empresário estão longe de terminar, já que ele ainda enfrenta acusações separadas de manipulação de ações em relação à fusão de duas subsidiárias da Samsung.

Via The Verge.

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