As explorações em Marte estão a todo vapor e nem todos os resultados estão dentro do que os cientistas esperavam. Uma nova análise de dados realizada na missão Mars InSight da NASA trouxe perspectivas diferentes para os cientistas sobre a presença de água no planeta vermelho e a principal é uma quantidade substancialmente menor do que o esperado de gelo sob o solo do local.

A pesquisa liderada pelo geofísico Vashan Wright indicou que os primeiros 300 metros do subsolo marciano, próximo ao local de pouso, no equador do planeta, contém pouco ou nenhum gelo. O pesquisador, que faz parte da Scripps Institution of Oceanography, da Universidade da Califórnia em San Diego, complementou a informação dizendo que a crosta de Marte é “fraca e porosa”.

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Apesar dessas observações, o planeta acumula algumas evidências que incentivam os cientistas a persistirem na busca por água. A temperatura média abaixo de zero no Equador de Marte significa que as condições seriam frias o suficiente para congelar a água se estivesse lá. Além disso, grandes mantos de gelo e gelo moído congelado permanecem nos polos marcianos, o que indica que o planeta pode ter abrigado oceanos no início de sua história, e a água proveniente do mar se tornou parte dos minerais que compõem o cimento subterrâneo de Marte.

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Sem perder as esperanças, Wright sugere que pode haver grãos de gelo ligados a outros materiais no solo, entretanto, ele questiona: qual é a probabilidade de o gelo estar presente nessa forma?

De acordo com o coautor do estudo, Michael Manga, da Universidade da Califórnia, em Berkeley, se a água for posta em contato com rochas há a produção de um novo conjunto de minerais, como por exemplo a argila ou cimento, nesse caso a água não é pura, nem se apresenta em estado líquido. Segundo Manga, “há algum cimento em Marte, mas as rochas não estão cheias dele.” Os cimentos por sua própria natureza mantêm rochas e sedimentos unidos, protegendo-os da erosão destrutiva.

A missão Mars Life Explorer trará novos indícios

“Como cientistas, agora somos confrontados com os melhores dados, as melhores observações. E nossos modelos previram que ainda deveria haver solo congelado naquela latitude com aquíferos por baixo”, disse Manga. Esses primeiros dados obtidos sugerem que a subsuperfície seria constituída por rochas sedimentares e resíduos de lava. Entretanto, a equipe de Wright na Scripps Oceanography ainda busca interpretar as informações da InSight através de modelagem computacional.

Os cientistas insistem em sondar a subsolo porque se a vida existir em Marte, é onde ela estará. Entretanto, algumas perguntas só poderão ser respondidas após a missão de retorno de amostras Mars Life Explorer da Nasa, prevista para a próxima década. O objetivo é perfurar dois metros na crosta marciana em alta latitude para procurar vida na união entre gelo, rocha e atmosfera.

Via: Mars Daily

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