A resistência aos antibióticos é um grande e antigo problema que cientistas e organizações de saúde vêm tentando resolver há anos. E, ao que parece, uma luz no fim do túnel pode ter surgido: pesquisadores descobriram uma molécula que pode controlar bactérias que se tornam resistentes a medicamentos. 

Chamada de fabimicina, a molécula pode ser usada para combater algumas das infecções mais difíceis que os humanos podem contrair: o tipo bactérias gram-negativas, um grupo de patógenos difíceis de matar que comumente estão por trás de infecções do trato urinário, pulmões e até mesmo da corrente sanguínea – estudos anteriores mostraram que mais de um terço dos indivíduos com infecções sanguíneas por bactérias gram-negativas morrem em um ano, demonstrando os desafios envolvidos no gerenciamento dessas infecções. 

Bactérias resistentes a antibióticos podem estar com os dias contados. Imagem: shutterstock

Segundo o artigo, a resiliência da molécula pode ser explicada devido a existência de uma membrana externa protetora que ajuda a proteger a parede de substâncias prejudiciais, como as dos antibióticos. 

“Estudos genômicos e experimentos com cepas deficientes de permeabilidade revelaram uma variedade de alvos biológicos que podem ser envolvidos para matar bactérias gram-negativas. No entanto, a formidável membrana externa e as bombas de efluxo promíscuas desses patógenos impedem que muitos antibióticos candidatos atinjam esses alvos”, escreveram os cientistas no artigo, que foi publicado na ACS Central Science e divulgado pelo Science Alert

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A substância também consegue evitar a eliminação de muitas bactérias saudáveis, outro problema com os tratamentos atuais. Nos testes, feitos em camundongos, a fabimicina teve efeito em mais de 300 tipos de bactérias resistentes a medicamentos. A equipe também fez várias mudanças estruturais para dar à molécula o poder de se infiltrar nas poderosas defesas das cepas gram-negativas. 

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“Dada a atividade promissora da fabimicina em modelos de infecção de camundongos e dados encorajadores de que a fabimicina é dramaticamente mais estável no plasma de ratos e humanos, é razoável acreditar que a eficácia da fabimicina pode melhorar à medida que é usada para tratar infecções em organismos superiores”, concluiu o estudo. 

Vale destacar que descobrir remédios alternativos que possam agir contra as bactérias gram-negativas não é algo que acontece todos os dias, sendo a descoberta uma das mais importantes e promissoras para a comunidade médica. Apesar dos bons resultados, no entanto, os cientistas ressaltaram que serão necessários mais estudos até que a fabimicina seja incorporada a uma droga que possa ser efetivamente usada em humanos. 

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