Os pesquisadores da Universidade da Califórnia, em Berkeley, encontraram um exoplaneta gasoso, do tamanho de Netuno, orbitando ao redor da estrela brilhante e massiva HD 56414. Ao observarem esse novo mundo, eles perceberam que sua atmosfera estava diminuindo por conta da severa radiação emitida pela sua estrela hospedeira.

Esse processo pode reduzir os mundos a um núcleo pouco detectável, além disso, suspeita-se que provavelmente o forte brilho da estrela-mãe ofusca a detecção de astros menores, o que explicaria o motivo de os astrônomos não encontrarem tantos planetas como esse. Os astrônomos descobriram cerca de 5.000 mundos ao redor de outras estrelas, mas a maioria deles tem o tamanho de Júpiter.

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Os cientistas pensam que mundos do tamanho de Júpiter são menos propensos a serem reduzidos a núcleos pouco visíveis, mesmo quando perto de uma estrela-mãe, pois apresentam maior influência gravitacional e podem permanecer mais unidos às suas atmosferas do que planetas menores do tamanho de Netuno, por exemplo.

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Com 3.7 vezes o tamanho da Terra, esse novo exoplaneta está bem próximo de sua estrela hospedeira, por isso leva cerca de 29 dias terrestres para completar o movimento de translação, além disso, ele é um dos menores planetas orbitando em torno da HD 56414.

Em um comunicado, o estudante da Universidade da Califórnia, Steven Giacalone, comenta que esse “é um dos menores planetas que temos conhecimento em torno dessas estrelas massivas”. Giacalone alega que essa é a estrela mais quente conhecida e que, provavelmente, os cientistas não encontraram muitos outros planetas como esse em um futuro breve.

Por que esses mundos são raros?

Já ficou claro que planetas do tamanho de Netuno, orbitando estrelas menos massivas, são mais raros do que o esperado. Porém, ainda não foi esclarecido se essa dificuldade é gerada pela escassez de planetas como esse ou se é devido ao forte brilho de suas estrelas-mãe.

A professora assistente de astronomia da UC Berkeley, Courtney Dressing, disse que “esse resultado é importante para entender a física da perda de massa atmosférica e investigar a formação e evolução de pequenos planetas. Há uma grande questão sobre como os planetas mantêm suas atmosferas ao longo do tempo”. Em seguida, ela questiona: “quando estamos olhando para planetas menores, estamos olhando para a atmosfera com a que ela foi formada quando se formou originalmente a partir de um disco de acreção? Estamos olhando para uma atmosfera que foi superada do planeta ao longo do tempo?”. Para resolver essa questão, os astrônomos precisarão de métodos de detecção mais sensíveis.

A previsão é de que o exoplaneta encontrado mantenha a sua atmosfera por mais 1 bilhão de anos, tempo suficiente para ver sua estrela-mãe entrar em colapso gravitacional, que resultará em uma explosão de supernova e de deixará para trás uma estrela de nêutrons ou buraco negro.

Via: Space.com

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