O dia 29 de junho foi o dia mais curto que já registramos, o que indica uma aceleração do nosso planeta que, embora esteja ocorrendo de forma gradual, ainda é lenta e de um modo geral tem um efeito bastante questionado, como explicado recentemente. No entanto, o que levou especificamente este dia a ser o mais curto da história? Bom, parece que finalmente temos uma resposta.

De acordo com a Scientific American, o componente principal disso é o momento angular. Um princípio da física que, de forma bem resumida, indica que a distribuição da massa de um objeto interfere no seu movimento de rotação, como quando você estica os braços ao girar numa cadeira, acelerando a rotação ou deixando ela mais lenta.

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Acontece que a Terra está o tempo todo ajustando sua massa e, por consequência, seu momento angular, o que altera a velocidade de rotação. Desde as placas técnicas até a água dos oceanos, tudo está em constante reorganização, o que ajuda a alterar o momento angular, mesmo que levemente. Mas o principal responsável pelo o que vimos no dia 29 de junho pode ter sido o vento. 

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Imagem: Maulor/Creative Commons

“Sempre que ficam mais fortes, o momento angular da atmosfera aumenta e o momento angular da terra sólida diminui”, explica Sigrid Böhm, geólogo da Universidade de Viena, que estuda os efeitos do clima na rotação do planeta. “No inverno, a Terra está girando mais devagar e, no verão, está girando mais rápido”, completa.

Essa mudança entre o momento angular da atmosfera com a Terra ocorre por conta do atrito entre a Terra e o ar em montanhas e terrenos com aclive. Quando se refere ao inverno e ao verão, o pesquisador está usando com referência o hemisfério norte. Durante o verão por lá ocorre uma forte corrente de vento, que ajuda a acelerar a velocidade de rotação.

Por conta da diferença entre o momento angular entre a atmosfera e a Terra, durante o verão no hemisfério sul a interferência na rotação do planeta é menor. 

Dia mais curto da Terra, qual o motivo?

No entanto, o motivo da Terra estar tendo gradativamente alguns dias com recordes de serem os mais curtos já registrados tem mais explicações e uma delas está no núcleo do nosso planeta. Estudos indicam que a movimentação do metal quente e denso pode estar interferindo nisso, mas como não conseguimos observar o núcleo, é difícil saber o que exatamente acontece por lá.

“Temos que entender primeiro que a variabilidade de longo prazo é bastante grande. Então podemos estimar as contribuições da atmosfera e do oceano. Então, podemos prever aproximadamente quando será o próximo dia mais curto”, disse Chen. O pesquisador explicou ainda que provavelmente um fenômeno climático ocasionou o dia mais curto em 29 de junho e que entender quando isso vai acontecer novamente é um trabalho desafiador.

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