A China aprovou a construção de um mega laboratório que produzirá energia através da fusão nuclear. O governo prevê concluir o projeto até 2025. Quando estiver operacional, a planta gerará 50 milhões de amperes de eletricidade, o dobro do que produz o mais potente equipamento do tipo, a chamada ‘Máquina Z’, operada pelos Estados Unidos.

Os planos foram divulgados na última sexta-feira (9) por Peng Xianjue, professor da China Academy of Engineering Physics (CAEP) e um dos maiores especialistas do país em armas nucleares.

A fusão nuclear

O processo de fusão nuclear consiste em forçar dois núcleos atômicos a se unirem sob condições intensas, assim criando um único núcleo mais pesado. Contudo, sua massa não é igual à soma das massas dos núcleos originais, de modo que o peso que “sobrou” se converte em energia.

Segundo o jornal South China Morning Post, o professor afirmou em sua apresentação que pesquisadores chineses pretendem criar uma reação de fusão nuclear através de uma carga elétrica tão poderosa que seria capaz de fundir dois tipos de isótopo de hidrogênio, o deutério e o trítio. Esse processo pode liberar uma quantidade enorme de energia que será convertida em eletricidade.

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“A ignição por fusão é um grande tesouro da ciência e da tecnologia no mundo de hoje”, declara Peng.

Representação esquemática de uma fusão nuclear | Crédito: Shutterstock.

Cientistas ao redor do mundo vêm há décadas tentando desenvolver uma planta energética funcional de fusão nuclear. Embora a fusão já tenha sido realizada com sucesso em laboratório, ainda não foi possível gerar mais energia elétrica através do processo do que a usada para desencadeá-lo, a fim de tornar a operação comercialmente viável.

Uma vez que esse problema seja superado, a fusão nuclear prometer ser uma fonte limpa e abundante de energia.

A abordagem chinesa

O reator chinês, chamado Z-FFR, será o coração do laboratório a ser construído na cidade de Chengdu, capital da província de Sichuan, no sul do país. Segundo o jornal, o equipamento ficará totalmente operacional em 2028 e se tornará comercialmente viável a partir de 2035.

Ele precisará de vários capacitores de alta performance, assim como uma câmara de reação capaz de aguentar a exposição a milhares de choques elétricos explosivos todo dia.

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A abordagem chinesa consistirá em uma mistura dos processos de fusão e fissão nuclear. Em vez de se dirigir diretamente à rede elétrica, a energia produzida pela fusão nuclear vai alimentar um fluxo de partículas que atingirá amostras de urânio e, consequentemente, desencadear um processo de fissão nuclear – no qual núcleos atômicos são divididos – a fim de produzir ainda mais energia.

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