A partir de fósseis, geralmente consegue-se obter informações da alimentação e estilo de vida de animais que já foram extintos há muito tempo, seja olhando a arcada dentária deles ou outras características morfológicas. Entretanto, em vestígios de animais muito primitivos e extintos há mais de 500 milhões de anos, traçar esses hábitos pode ser mais complicado.

Apesar disso, pesquisadores da Australian National University conseguiram desvendar mistérios de animais da era pré-cambriana através de restos da última alimentação antes deles sem fossilizados.

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Os fósseis são do período ediacarano e datam de 575 milhões de anos atrás, dos grupos kimberella e dickinsonia. Os cientistas descobriram que esses animais se alimentavam de algas e bactérias do fundo mar, mas de maneiras diferentes.

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Os do grupo dickinsonia absorviam a comida através do seu corpo enquanto se movia pelo oceano. Enquanto os do grupo kimberella possuíam boca, intestino e forma de digestão de alimentos da mesma forma dos animais modernos. Esses últimos provavelmente eram as criaturas mais avançadas do período.

Fósseis de alimentos antigos

Os pesquisadores basearam-se na observação de moléculas preservadas de fitoesteróis – produtos químicos naturais da planta –  nos fósseis antigos, para desenvolver a pesquisa. Mesmo que o intestino desses animais tenha se deteriorado a muito tempo, os esteróis foram preservados e ainda podem ser analisados.

A partir da descoberta eles apontaram que o grande tamanho deles em comparação aos seres unicelulares que viviam na mesma época, pode ser graças à rica quantidade de energia e nutrientes contidos nas algas. Além disso a pesquisa confirmou que os animais do ediacarano são nossos ancestrais conhecidos mais antigos

O estudo desses seres é importante para traçar o processo evolutivo das espécies da atualidade. “A biota ediacarana são realmente os fósseis mais antigos, grandes o suficiente para serem visíveis a olho nu, e eles são a nossa origem e de todos os animais que existem hoje. Essas criaturas são nossas raízes visíveis mais profundas” aponta Ilya Bobrovskiy, um dos responsáveis pelo estudo, em resposta a Phys.

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