Um relatório elaborado por pesquisadores da Universidade de Harvard e lançado recentemente pela Harvard Health Publishing mostrou que a inflamação é um problema recorrente encontrado nos exames clínicos. Costumamos associar inflamações a agentes externos, como vírus, bactérias ou fungos, mas o estudo apontou outra causa para a alta dessa reação metabólica, responsável pela maior incidência de câncer, doenças cardíacas e diabetes tipo 2, entre outros: o estilo de vida inadequado que desencadeia uma inflamação silenciosa no corpo.
“Primeiro temos que entender que a inflamação atua como um mecanismo de defesa e os sinais e sintomas são nosso corpo avisando que algo não está bem. Isso não quer dizer que todas as pessoas vão ter os mesmos sintomas. Em cada pessoa, a inflamação vai se manifestar de uma forma diferente”, disse o médico nutrólogo Matheus Azevedo.
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Os sintomas para um corpo inflamado podem surgir a partir de um estilo de vida que envolve má alimentação, estresse excessivo, ansiedade, sono inadequado e sedentarismo. Conforme o especialista, entre os sinais que podem indicar a inflamação estão:
- Baixa energia
- Alterações na urina
- Intestino desregulado ou constipado
- Olheiras
- Pele acneica
“Há um conjunto de fatores que acabam estressando e inflamando o corpo e isso pode se manifestar de diferentes formas, como uma urina escura em quem não tem ingestão hídrica adequada ou quando há uma ingestão excessiva de alimentos inflamatórios, como açúcar refinado e farinha branca, que podem causar a sobrecarga do rim e alterações na urina”, exemplifica o nutrólogo.
O abuso de alimentos com excesso de açúcar ou gordura também pode afetar o intestino. Azevedo lembra que o órgão é considerado o segundo cérebro do corpo, sendo que 90% da serotonina é produzida na região. “A partir do momento em que a pessoa tem um intestino desregulado, excesso de constipação ou alteração nas fezes, é porque há uma má absorção de nutrientes”, afirma, destacando haver inclusive estudos que confirmam a relação entre o funcionamento do intestino e transtornos de humor.
Outro exemplo comum de inflamação mencionado pelo médico é o da pele muito oleosa. “São vários fatores que acabam desencadeando esse processo inflamatório no corpo e causando sintomas, como na pele muito acneica e sebosa, que pode estar relacionada tanto a um desequilíbrio hormonal quanto à má alimentação, ao sedentarismo, ao estresse excessivo, à falta de sono. Tudo isso influencia processos inflamatórios na pele.”
Para evitar que esse tipo de reação seja deflagrada, Azevedo afirma que não existe “bala de prata”: é necessário mudar de estilo de vida, aliando uma boa alimentação a outros hábitos saudáveis. “Não adianta só começar a consumir determinados alimentos. Tem que adotar uma atividade física, ter uma regulação de sono e da ansiedade e eliminar o tabagismo, que é altamente inflamatório.”
Além de trazer para o prato o número adequado de calorias, com o aporte correto de proteínas, gorduras e carboidratos — que varia conforme as necessidades de cada um —, é importante também evitar os alimentos inflamatórios, sendo aqueles ricos em açúcar, industrializados, embutidos, ricos em glúten, álcool em excesso. Para ajudar nesse detox do corpo, o especialista recomenda simplesmente comida de verdade: verduras, vegetais, frutas e proteínas, seja carne branca ou vermelha. “É comer comida de verdade; evitar fast foods e a comida industrializada, o grande mal hoje”, finaliza.
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