O mundo vem lidando com o excesso de emissão de poluentes há anos. Devido a estes problemas foi gerado um mapa que aponta individualmente mais de 70 mil fontes de poluição climática. Ele tem o propósito de ajudar empresas, investidores e formuladores de política a saber quais locais precisam de prioridade na redução de gases

Em entrevista realizada pela Fast Company Brasil, o fundador e diretor executivo da Watt Time, Gavin McCormick, disse: “É impossível gerenciar as emissões quando não se sabe de onde elas vêm”. A organização sem fins lucrativos é especializada em tecnologia ambiental e faz parte de uma coalizão chamada Climate Trace, que construiu o mapa e o inventário. Ela é composta por cientistas de dados, pesquisadores e especialistas em inteligência artificial. 

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Uma fábrica de aço em Jiangsu, na China, é responsável por emitir mais CO² do que países como Madagascar ou Nicarágua. A indústria emite 43 milhões de toneladas por ano. Este é apenas um dos dados contemplados pelo mapa, que também inclui navios de cargas e aterros sanitários, maiores poluentes na produção de energia, transporte, resíduos agrícolas e indústria pesada.  

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A ferramenta está tornando cada vez mais difícil esconder a poluição climática. Isso porque os países demoram a divulgar estes dados e quando eles o fazem podem já estar desatualizados. O Climate Trace faz os cálculos mais precisos para cada uma das fontes. O secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou durante as recentes negociações climáticas globais que o mapa está ajudando a inaugurar “uma era de transparência radical para rastreamento de emissões”. 

Imagem: NIMEDIA – Shutterstock

Os dados da plataforma são obtidos de diferentes formas. Em uma criação de gado, por exemplo, é utilizado um satélite para medir o tamanho da instalação, identificar se ela é de carne bovina ou operação de laticínios e estimar o número de animais. Este número é multiplicado por uma estimativa de emissões de gás metano que são emitidos por vacas daquele local. 

Ao se falar de petróleo e gás, eles são considerados os maiores poluentes do mapa. Para obter essas informações são usados modelos detalhados em dados sobre volumes, método de extração, técnicas de produção e imagens de satélites sobre queima e vazamento de gás. Dependendo da forma que for gerenciada, uma instalação pode emitir mais de 10 vezes mais do que outra do mesmo tamanho. 

Foram registrados relatos dos próprias empresas poluidoras de petróleo e gás sobre as emissões, porém elas foram subestimadas. Com os dados do mapa foi possível perceber que a situação está muito pior do que o imaginado. Medidas realizadas para controlar esta emissão não são tão eficientes quanto o esperado. 

Países em que existe uma regulamentação sobre o número de emissão de petróleo e gás, as empresas são obrigadas a relatar seus números à Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas. Porém, os números reais são três vezes maior do que os relatados. 

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