A história do Egito é uma das primeiras que as pessoas aprendem quando vão para a escola, já que parte do país compõe a região conhecida como Crescente Fértil, que é considerada um dos berços da civilização. Diante de tantos acontecimentos e fatos incríveis, será que alguém conseguiu contabilizar quantos anos o Antigo Egito tem?

Para responder a essa pergunta, o professor de egiptologia da Universidade de Bristol, no Reino Unido, Aidan Dodson, disse que é preciso apontar qual seria a definição de Antigo Egito. Em entrevista para a Live Science, o especialista declarou que se esse período for compreendido apenas quando “a civilização incorporou a realeza faraônica, a língua que foi escrita em hieróglifos e a religião que foi finalmente substituída pelo cristianismo, então, o Antigo Egito começou por volta de 3.100 a.C. e terminou por volta de 400 d.C.”.

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Já a professora emérita de arqueologia e estudos clássicos da Universidade de Boston, Kathryn Bard, também seguiu a mesma linha temporal que o professor Dodson. Em entrevista à Live Science, ela declarou que “o estado faraônico começou por volta de 3.000 [a.C.]”.

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Apesar dessa pequena variação nas datas fornecidas pelos professores, é importante destacar que os seres humanos viviam no Antigo Egito muito antes dos anos 3.000 a.C. De acordo com o livro “Locais de Vida Paleolítica no Alto e Médio Egito”, escrito pelo professor emérito de geografia da Universidade Católica de Lovaina, Pierre Vermeersch, a “mais antiga presença humana conhecida no Vale do Nilo [é] estimada em cerca de 400.000 anos atrás”.

A idade do Antigo Egito depende do ponto de referência

Além disso, a agricultura no Egito também diverge um pouquinho da estimativa dos professores, pois remonta a cerca de 5.000 a.C., segundo escreveu Sally Katary, ex-professora de egiptologia na Universidade Laurentian em Ontário, em artigo na “The Encyclopedia of Ancient History”.

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Outro ponto que também pode ser considerado são as formações das cidades Naqada e Hierakonpolis (também conhecida como Nekhen), que se tornaram importantes centros urbanos entre 3500 a.C. e 3000 a.C., conforme escreveu o professor honorário de arqueologia egípcia na Universidade de Liverpool, Steven Snape, escreveu em seu livro “The Complete Cities of Ancient Egypt”.

Então, apesar de existir um certo consenso dentro da academia, há variáveis que podem deslocar esse entendimento da idade do Antigo Egito, por isso, é importante contextualizar e definir as referências utilizadas ao tratar sobre esse tema tão extenso e importante para a história da humanidade.

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