Apple, Samsung, Motorola… Modelo de entrada, intermediário ou topo de linha? Comprar um celular é uma empreitada cheia de jargões e dados cuja missão é te impressionar, confundir e distrair. Por isso, recomenda-se pesquisa e reflexão antes de escolher seu aparelho. Para te ajudar, o Olhar Digital preparou um guia com o que você precisa saber (e avaliar) na hora de comprar um celular.

Nas linhas a seguir, você encontrará uma espécie de glossário para que você possa navegar por esse universo rumo ao modelo que atenda suas necessidades e que caiba no seu bolso, literal e metaforicamente.

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Para que você precisa de um celular?

iPhone novo e sem capinha em cima de uma mesa
Ponderar sobre o uso do celular no dia a dia é o primeiro passo na jornada para comprar um (Imagem: Torsten Dettlaff/Pexels)

Essa reflexão é o primeiro passo da missão. A ideia aqui é você pensar sobre sua rotina, tanto em casa quanto no trabalho, e avaliar como o celular atua nela. Ou seja, ponderar sobre o uso do aparelho no dia a dia.

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Um jornalista que trabalha em home office, faz chamadas de vídeo frequentemente e curte jogar, por exemplo, precisa de um celular com câmera boa e capacidade de rodar aplicativos pesados ao mesmo tempo. Já um vendedor que passa horas no transporte público todos os dias necessita de um aparelho em que só WhatsApp e demais redes sociais funcionem sem engasgar. E por aí vai.

Megapixel não é tudo

Câmera do iPhone 8
A câmera do iPhone 8 tem 12 MP, igual as do iPhone 14 (Foto: Pedro Spadoni/Olhar Digital)

Se você faz questão de ter câmera boa no celular novo, saiba que o número de MP (megapixels) das lentes não é sinônimo de qualidade. Traduzindo: uma câmera ter 100 MP não garante fotos sempre excelentes.

O megapixel é uma especificação técnica do sensor da câmera, cujo número enche os olhos. Quanto maior o número, maior a foto (no sentido “altura e largura”). E só, porque os sistemas de câmera têm outras especificações. Além dos MP, as principais são: tamanho (e sensibilidade) do sensor, abertura das lentes e distância focal.

Essas partes funcionam articuladas aos recursos do sistema operacional do celular (nos celulares da Samsung, Motorola e Xiaomi, é o Android; nos iPhones, é o iOS). Entre esses recursos, estão: otimização de cores, estabilização da imagem e HDR. Boas fotos – ou não – saem da combinação disso tudo com a pecinha atrás (ou na frente) do celular: você.

Telas

Pessoa tocando na tela de um iPhone com o dedo indicador enquanto segura o celular com a outra mão
Uma tela de celular com 120 Hz de taxa de atualização roda 120 frames por segundo (Imagem: Cottonbro Studio/Pexels)

Já em relação às telas dos celulares, outro chamariz para compradores em potencial, você verá termos como polegadas, taxa de atualização e nits de brilho. Bora traduzí-los, então.

Sobre as polegadas, não tem mistério: elas medem o tamanho da tela, igual em TVs. Já a taxa de atualização, medida em Hz (Hertz), quer dizer quantos frames por segundo a tela consegue rodar (60 ou 120). Quanto maior o número, mais fluido o conteúdo fica. Mas esse recurso come uma bateria danada.

Por fim, os nits medem a intensidade do brilho da tela. E quanto mais nits, mais intenso. Na prática, um número alto de nits significa que você consegue discernir o conteúdo na tela mesmo numa situação com muita luz (por exemplo: andando na rua ao meio dia, sob a luz alumínica do Sol).

Armazenamento

Pessoa segurando iPhone e vendo galera de fotos no celular segurando-o com uma mão
Sistemas operacionais, aplicativos, fotos e vídeos ocupam cada vez mais espaço do armazenamento do celular (Imagem: Plann/Pexels)

Já este número segue uma regra mais fácil de entender: quanto maior, melhor. Por exemplo, se você estiver indeciso entre comprar um celular com 64 GB de armazenamento interno e outro de 128 GB, escolha o segundo. Neste quesito, é sempre melhor sobrar do que faltar.

Se você é da época de pendrives e cartõezinhos de memória de 256 MB, 64 GB parece bastante. Já foi. Hoje em dia, não é. Sistemas operacionais, aplicativos, fotos e vídeos estão cada vez mais pesados. Duvida? Então vá nas configurações do seu celular e veja quais deles preenchem mais a barra de armazenamento. Geralmente, é “sistema” (leia-se: sistema operacional) e “aplicativos”.

Aliás, não se engane pela possibilidade do armazenamento do celular ser expansível por cartão de memória. Você pode pensar: “vou comprar esse de 64 GB, por ser mais barato, e depois compro um cartão de memória parrudo para complementar o armazenamento”. Não funciona, porque sistema operacional e apps comem só o armazenamento “de fábrica”. Na prática, vai faltar num lado e sobrar no outro.

Processadores e memória RAM

Processador Exynos no esqueleto de um celular
O Exynos é o processador de alguns celulares da Samsung (Imagem: Wikimedia Commons)

O processador – também chamado de chipset – é o cérebro do celular. Esse componente controla a execução dos aplicativos, autonomia da bateria, conexão com a internet e por aí vai. Atualmente, existe uma porrada de modelos, uns potentes e rápidos, outros nem tanto.

Se você curte jogar no celular e/ou passa de cinco a dez horas olhando para a tela dele, então sua rotina exige um processador, no mínimo, intermediário. Um modelo octa-core – isto é, de oito núcleos – com 2.995 GHz (rápido) te atenderia, por exemplo. Se optar por um modelo mais básico, vai precisar de paciência para lidar com os gargalos.

Confira abaixo exemplos de processadores básicos, intermediários e avançados (e celulares onde você os encontra):

  • Básicos: Unisoc SC9863A (Galaxy A03 Core, da Samsung), Mediatek MT6765V/CB Helio G37 (Moto E22, da Motorola), Mediatek MT6765G Helio G35 (C11, da Realme);
  • Intermediários: Mediatek MT6877 Dimensity 900 (Galaxy M53, da Samsung), Mediatek MT6833 Dimensity 700 (Moto G50, da Motorola), Mediatek MT6853 Dimensity 800U (Redmi Note 9T, da Xiaomi);
  • Avançados: Apple A16 Bionic (iPhone 14 Pro Max), Qualcomm SM8450 Snapdragon 8 Gen 1 (Galaxy S22 Ultra, da Samsung), Qualcomm SM8475 Snapdragon 8+ Gen 1 (Edge 30 Ultra, da Motorola).

Já a memória RAM é a parceira do processador. Ela auxilia no armazenamento temporário de dados, o que acelera a execução das tarefas em parte delegadas, mas também realizadas, pelo processador. Para ela, também vale a regra do armazenamento: quanto maior, melhor. No caso, mais fluido.

Ecossistema de aparelhos/marcas

iPhone e Macbook com aplicativo Fotos aberto
Ao usar iPhone e Mac, suas fotos, notas, lembretes e demais apps estão sempre sincronizados (Imagem: Divulgação)

Um ecossistema de aparelhos significa o conjunto deles. Por exemplo, se você tem celular, notebook, smartwatch e smart TV, esse é o seu ecossistema. Mas o que isso tem a ver com celulares?

Em suma, se você usa um computador com Windows e um Galaxy Watch, então um celular Galaxy, da Samsung, te proporcionaria uma experiência mais fluida e intuitiva do que um Edge, da Motorola. Já para quem usa Mac e Apple Watch, um iPhone cairia como uma luva.

A vantagem de se manter um ecossistema coerente de aparelhos é a facilidade em usufruir da sincronização entre aplicativos de fábrica de forma intuitiva. É, por exemplo, escrever uma anotação no celular e ela aparecer automaticamente no notebook sem você ter baixado ou configurado nada. Um mimo que só percebemos como é bom quando usamos – e, depois, jamais abrimos mão.

Fontes: Motorola e Positivo

Imagem de destaque: Plann / Pexels

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