Dando continuidade à sua “turnê mensal” de novembro pelos planetas do Sistema Solar, após passar por Vênus, a Lua vai visitar Mercúrio nesta terça-feira (14), aparecendo bem pertinho dele no céu em um fenômeno conhecido como conjunção astronômica.
Do ponto de vista de um observador situado na cidade de São Paulo, neste dia, a dupla será visível durante pouquíssimo tempo – das 18h42 às 19h34 (todos os horários mencionados têm como referência o fuso de Brasília).
Sendo assim, de acordo com o guia astronômico In-The-Sky.org, o momento exato da conjunção (quando os dois astros compartilham a mesma ascensão reta – coordenada astronômica equivalente à longitude terrestre) não poderá ser observado, já que isso ocorre às 11h39.

De qualquer maneira, mais tarde, durante os pouco mais de 50 minutos que poderão ser vistos no céu, eles ainda estarão bem próximos – não o suficiente para caber dentro do campo de visão de um telescópio, mas sendo facilmente vistos a olho nu ou através de um par de binóculos.
Ainda segundo a plataforma, a Lua estará com magnitude de -8.3, e a de Mercúrio será de -0.4, ambos na constelação de Escorpião. Quanto mais brilhante um corpo parece, menor é o valor de sua magnitude (relação inversa). O Sol, por exemplo, que é o objeto mais brilhante do céu, tem magnitude aparente de -27.
Mercúrio tem uma cauda
Mercúrio é o planeta mais próximo do Sol e tem uma característica que muitas pessoas desconhecem: uma cauda. Segundo a NASA, a fina atmosfera do planeta é composta principalmente de oxigênio (O2), hidrogênio (H2), hélio (He), potássio (K) e pequenas partículas de sódio (Na), que brilham quando excitadas pela luz solar. A luz do Sol também libera e separa esses átomos provenientes da superfície.
Depois de Mercúrio, os próximos planetas a fazer conjunção com a Lua este mês serão Saturno (20) e Júpiter (25). Essa série de conjunções ocorre porque a Lua orbita a Terra aproximadamente no mesmo plano em que os planetas orbitam o Sol, chamado plano da eclíptica.
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Lua atinge o periélio no feriado
No início da madrugada de quarta-feira (15), feriado da Proclamação da República no Brasil, após “se despedir” de Mercúrio, a Lua alcançará o periélio, que é o ponto de sua órbita mais próximo do Sol.
O momento exato será às 0h37, quando ela estará a pouco menos de uma unidade astronômica (UA) da nossa estrela hospedeira – algo em torno de 150 milhões de km.
Isso acontece dois dias depois que a Lua atinge a fase nova, que marca o início do mês em calendários lunares, como o muçulmano, e nos calendários lunissolares, tais como o judaico, o hindu e o budista.

Uma lunação ou ciclo lunar, como é chamado o intervalo de tempo entre luas novas, é sutilmente variável, com média de duração de 29,5 dias. Durante esse período, a Lua passa pelas quatro fases principais (nova, crescente, cheia e minguante), e cada uma se prolonga por aproximadamente sete dias.
Também existem as “interfases”: quarto crescente e crescente gibosa (entre as fases nova e cheia) e minguante gibosa e quarto minguante (entre a cheia e a minguante).