Imagem: Gulsina/Shutterstock
Pesquisadores espalhados pelo mundo estudam alternativas para mudar o sabor do chocolate. Para isso, estão realizando estudos envolvendo micróbios, sequenciamento de DNA e até música. Tudo em busca de novas experiências degustativas.
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Já o microbiologista Alexander J Taylor (da Universidade de Illinois) descobriu uma população de micróbios crucial para o sabor do chocolate. Os produtores de cacau abrem os frutos e raspam o interior repleto de grãos de cacau, deixando fermentar até que os grãos passem de uma cor clara para uma cor marrom-avermelhada.
Esse processo dura cerca de seis dias e conta com a participação de micróbios provenientes do solo e da própria planta. As leveduras iniciam o trabalho e depois as bactérias começam a se mover. A polpa úmida de dentro dos frutos mantém o oxigênio longe dos grãos, para que as bactérias possam prosperar.
As bactérias alteram a composição bioquímica dos grãos, alterando a textura e a cor interna, e as enzimas decompõem alguns dos compostos mais amargos e adstringentes, enquanto muitas das proteínas e açúcares encontrados nos grãos crus também sofrem transformações.
O processo leva ao desenvolvimento de mais de 600 compostos que contribuem para o aroma e sabor familiares do chocolate. Mas os pesquisadores da área alertam que, se a fermentação se prolongar por muito tempo, os grãos desenvolvem um sabor desagradável. É por isso que se interrompe a fermentação no sexto dia.
Para entender melhor sobre o assunto, um grupo de cientistas está tentando identificar as diferentes bactérias e leveduras envolvidas no processo através do sequenciamento de DNA. Até agora, foram catalogadas 447 espécies únicas, incluindo 147 leveduras, 45 bactérias produtoras de ácido acético e 85 bactérias produtoras de ácido láctico. A partir destes resultados, os pesquisadores buscam usar esses organismos para modificar o gosto do chocolate.
Esta post foi modificado pela última vez em 15 de dezembro de 2023 17:12