Imagem: Zephyr_p/Shutterstock
O governo federal publicou uma resolução no início do mês de dezembro aumentando as exigências de eficiência energética para geladeiras e congeladores fabricados e vendidos no Brasil. Mas segundo a Eletros, associação que representa a indústria de eletrodomésticos, as novas regras devem aumentar os preços dos refrigeradores no país.
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A Eletros criticou o rigor das normas e o prazo de implantação, considerado curto pela entidade. A associação alega que, com a medida, a “comercialização predominante” será de geladeiras de alto padrão, “custando em média de 4 a 6 vezes o salário mínimo nacional”, o que corresponde a um preço entre R$ 5.280 e R$ 7.920.
Isso significa que cerca de 83% dos refrigeradores atualmente vendidos no Brasil devem simplesmente desaparecer das lojas.
É necessário considerar a realidade brasileira. Infelizmente, com as novas regras, o consumidor de baixa renda será o mais prejudicado e, consequentemente, a indústria e seus colaboradores. Desinvestimentos e perda de centenas de postos de trabalho podem ocorrer nos próximos meses. Apresentamos ao governo estudos técnicos mostrando este cenário ruim para a economia do país, porém, infelizmente, não foram considerados.
Renato Alves, diretor da Eletros
A Rede Kigali, uma aliança formada por ONGs como o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) e o Instituto Clima e Sociedade (iCS), defende as novas regras. Segundo ela, as geladeiras vendidas no Brasil são pouco eficientes e defasadas se comparadas com produtos de outros países, inclusive emergentes.
A Eletros, no entanto, nega que a indústria nacional tenha padrão tecnológico inferior ao de outras nações, mas argumenta que o consumidor de baixa renda não tem recursos para comprar geladeiras mais caras. A entidade alega que suas ponderações não foram levadas em conta na consulta pública sobre o novo Programa de Metas para Refrigeradores e Congeladores.
O Ministério de Minas e Energia, por outro lado, diz que a proposta foi amplamente discutida e que contou com a participação da associação que representa a indústria de eletrodomésticos. O MME alegou que em audiências públicas e em reuniões tanto com técnicos da pasta quanto do Ministério de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), os representantes da indústria ressaltaram suas “preocupações” com os prazos e os índices de eficiência, mas “não lograram êxito em apresentar dados que fundamentassem suas afirmações nas mais diversas oportunidades”.
Esta post foi modificado pela última vez em 19 de dezembro de 2023 10:30