Que comidas gordurosas e alergias afetam a qualidade da nossa pele, isso não é segredo para ninguém. Agora, um estudo recente realizado nos Estados Unidos revelou um novo inimigo para ela: a poluição.

Leia mais

publicidade

A descoberta foi feita pela diretora de saúde comunitária no departamento de dermatologia do Massachusetts General Hospital e professora assistente na Harvard Medical School, Shadi Kourosh.

Ela ficou surpresa com o aumento do número de pacientes que atendeu no verão do ano passado.

A dermatologista afirma que costumava receber poucos casos de eczema ou coceira na pele na estação – e que isso era mais comum no inverno.

Em 2023, porém, as consultas aumentaram. Ela decidiu conversar com colegas de profissão em outras regiões do país, além de Boston, e todos eles confirmaram essa tendência.

A doutora, então, começou a listar possibilidades para o fenômeno. E resolveu investigar mais a fundo uma das hipóteses: a América do Norte sofreu com alguns incêndios florestais naquele período e as nuvens de fumaça poderiam ter influência na saúde da pele das pessoas.

Estudo de análise ambiental

Para provar esse ponto, a doutora solicitou à Agência de Proteção Ambiental dos EUA dados dos últimos cinco anos sobre os níveis de partículas transportadas pelo ar e monóxido de carbono em Boston.

Pegou esses números e os comparou com registros de pacientes dermatológicos do Mass General Brigham, o maior grupo hospitalar em Massachusetts.

E a dermatologista encontrou uma relação. Em junho de 2022, os níveis de monóxido de carbono eram inferiores a 0,2 partes por milhão e o número de consultas clínicas por dermatite atópica e eczema era inferior a 20.

Em junho de 2023, durante os incêndios florestais, os níveis de monóxido de carbono eram três vezes mais elevados, em 0,6 partes por milhão, e o número de consultas dermatológicas aumentou para 160.

Shadi Kourosh levantou dados de outras cidades e o quadro se repetiu. Ela explica que não são apenas eventos graves, como incêndios florestais, que podem afetar a pele – a poluição diária dos carros e da indústria também tem um efeito perverso.

“As pessoas que têm eczema têm uma barreira cutânea enfraquecida e mais vulnerável e, por isso, os poluentes penetram mais profundamente. Na verdade, este artigo é sobre o impacto das mudanças climáticas na saúde humana.”

Você pode ler o estudo na íntegra aqui.

O que podemos fazer para combater isso?

  • Um relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS) aponta que 99% da população mundial vive em locais onde os níveis de poluição excedem os limites de qualidade de ar estipulados pela entidade.
  • Ou seja, estamos falando de uma questão quase universal.
  • Os pesquisadores afirmam que, numa utopia, a solução seria reduzir a poluição atmosférica e banir os combustíveis fósseis.
  • Como isso parece inalcançável, a dica é: tente sempre lavar sua pele (faça o famoso “skincare”);
  • E use protetores solares minerais com zinco ou titânio – ou tecidos que protejam da ação dos poluentes.

As informações são do Wired.