Ilustração de um grupo de mamutes lanosos. (Imagem: Ana Luiza Figueiredo via DALL-E / Olhar Digital)
Um novo marco na pesquisa de células-tronco de elefantes pode estar trazendo os cientistas um passo mais perto de trazer os antigos mamutes-lanosos (Mammuthus primigenius) de volta à vida. A empresa de biotecnologia Colossal Biosciences divulgou uma declaração sobre o progresso em seu trabalho de clonagem de mamutes.
De acordo com informações compartilhadas com o Live Science, a equipe de cientistas da Colossal conseguiu obter com sucesso células-tronco pluripotentes induzidas (iPSCs) de elefantes asiáticos (Elephas maximus).
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Essas iPSCs, reprogramadas para ter a capacidade de se transformar em qualquer tipo de célula no corpo, representam um avanço significativo na pesquisa de clonagem de mamutes. Agora, os pesquisadores têm a capacidade de investigar as características genéticas e celulares que diferenciam os mamutes lanosos de seus parentes vivos mais próximos.
Eriona Hysolli, líder de ciências biológicas e pesquisadora principal de mamutes na Colossal Biosciences, expressou otimismo sobre o potencial dessas células.
Essas células certamente trazem grandes benefícios para nosso trabalho de clonagem. Elas nos permitem entender os processos genéticos e celulares por trás das características únicas que permitiram aos mamutes lanosos prosperar em seu ambiente ártico.
Eriona Hysolli, líder de ciências biológicas e pesquisadora principal de mamutes na Colossal Biosciences
Uma parte crucial dessa pesquisa é a capacidade de gerar gametas de elefantes em laboratório, essenciais para a clonagem bem-sucedida de mamutes. Com uma população de elefantes asiáticos na natureza em declínio, o método tradicional de colher células para a pesquisa torna-se cada vez mais inviável.
O desafio enfrentado pelos pesquisadores foi superar a complexidade do caminho genético dos elefantes, especialmente o supressor de tumor TP53, que normalmente regula o crescimento celular. “Tivemos que suprimir esse caminho por meio de um processo em várias etapas para alcançar essas iPSCs”, explicou Hysolli.
Além do avanço na clonagem de mamutes, a pesquisa também tem implicações significativas para a conservação de elefantes. “Podemos derivar gametas de células-tronco pluripotentes, o que pode ser crucial para salvar espécies ameaçadas no futuro”, disse Hysolli.
Embora estejam entusiasmados com os resultados até agora, os pesquisadores da Colossal Biosciences reconhecem que ainda há muito trabalho a ser feito antes que a clonagem de mamutes seja uma realidade. A pesquisa será publicada no banco de dados bioRxiv, mas ainda aguarda revisão por pares.
Vincent Lynch, biólogo do desenvolvimento da Universidade de Buffalo em Nova York, comentou sobre a importância desse avanço. “O objetivo é transformar essas iPSCs em gametas viáveis, o que permitiria técnicas avançadas de fertilização in vitro e, eventualmente, a gestação em uma mãe substituta”, explicou ele. “Embora desafiadoras, essas técnicas representam o futuro da ciência da conservação.”
O mamute-lanoso é uma das espécies de mamíferos pré-históricos mais fascinantes, conhecida por seu tamanho colossal e pelos longos pelos que cobriam seu corpo, adaptando-o ao clima frio.
Esta post foi modificado pela última vez em 8 de março de 2024 21:01