(Foto: Paula Bassi/Reprodução)
O treinamento de atletas de elite é intenso e rigoroso – e o aspecto mental é parte importante disso. Não estamos falando só do lado psicológico: a atividade cerebral, como o comportamento dos neurônios, também interfere no desempenho durante a prática de esportes.
Um estudo da Escola de Educação Física e Esporte da Universidade de São Paulo (USP) e do Centro de Matemática, Computação e Cognição da Universidade Federal do ABC (UFABC) investigou como esse comportamento impacta a prática de jogadoras profissionais de esportes e como a estimulação cerebral pode melhorar o desempenho.
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Os pesquisadores queriam descobrir como a neuroestimulação cerebral poderia ajudar atletas profissionais a melhorar o desempenho. Veja como o estudo foi feito:
Durante o teste, a parte do cérebro estimulada foi o lobo frontal esquerdo, baseado na hipótese que a redução da atividade dessa região tem a ver com um desempenho mais automático, estável e eficiente.
Essa é uma característica comum no cérebro de atletas de elite durante o treino.
Além disso, a corrente de neuroestimulação só foi aplicada duas vezes, 30 segundos antes e no final de cada exercício. Isso fez com que elas não conseguissem perceber a diferença de quando estavam sendo estimuladas ou não.
Depois do teste, elas foram dividas em dois grupos, de acordo com os resultados. Quatro atletas ficaram no grupo das mais estáveis, que mantiveram um número de arremessos certos parecidos antes e depois do placebo. Outras três ficaram no segundo grupo, das que apresentaram uma diferença maior que dois pontos antes e depois do placebo.
O segundo grupo, das jogadoras menos estáveis, apresentou uma melhora significativa depois de passar pela neuroestimulação. Ou seja, o processo realmente melhorou o desempenho delas, ativando a atenção e o pensamento automático, que também está associado à redução de pensamentos negativos e desconcentração.
Veja a tabela dos resultados antes e depois da neuroestimulação (ETCC-HD ativa). As atletas em amarelo são as menos estáveis, que tiveram melhor desempenho com a estimulação. As atletas em laranja foram as mais estáveis.
Segundo o professor Alexandre Moreira, coorientador da pesquisa, ao Jornal da USP, os resultados vão além do desempenho nos esportes. Eles também podem apoiar a criação de estratégias para melhor treinar os atletas e ajudar na evolução.
Esta post foi modificado pela última vez em 20 de março de 2024 17:56