Europa: com novas leis, navegadores pequenos crescem no mercado

No primeiro mês após a Lei de Mercados Digitais (DMA) da União Europeia forçar grandes empresas como Google, Microsoft e Apple a afrouxar políticas que levaram a concorrência desleal contra companhias menores, as empresas independentes de navegadores estão vendo um aumento no número de usuários. As informações são da Reuters.

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A lei ter entrou em vigor em 7 de março, forçando as grandes companhias tecnológicas a oferecer aos usuários de celular a capacidade de selecionar a partir de uma lista de navegadores disponíveis qual deseja usar, sem obrigar a ficar com o navegador padrão da empresa que fabrica o dispositivo.

Em dispositivos que rodam Android, o navegador Chrome vem como padrão, e em iPhones o Safari é a escolha pré-definida. Isso os tornou os navegadores dominantes no mercado.

Navegadores poucos comuns passam a ser escolhidos por usuários europeus

• O Aloha Browser, com sede no Chipre, foi uma das primeiras empresas a fornecer números de crescimento mensal desde que as novas regulamentações entraram em vigor.
• Dados enviados para a Reuters mostram um aumento de 250% de usuários na Europa em março.
• Fundado em 2016, o Aloha, que se comercializa como uma alternativa focada na privacidade aos navegadores pertencentes às grandes empresas de tecnologia, tem uma média de 10 milhões de usuários mensais.
• Para ganhar dinheiro, não opta por anúncios que rastreiam informações de seus usuários, e prefere apostar em assinaturas pagas.

“Antes, a Europa era o nosso quarto mercado, agora é já é o segundo”, disse o CEO da Aloha, Andrew Frost Moroz, numa entrevista.

A Vivaldi da Noruega, a Ecosia da Alemanha e a Brave, com sede nos EUA, também viram o número de usuários aumentar após a nova regulamentação.

A DuckDuckGo, sediada nos EUA, que tem cerca de 100 milhões de usuários, e seu maior rival, o Opera, com sede na Noruega, também estão vendo crescimento no número de usuários, mas disseram que a implementação da tela de escolha de navegador ainda não está completa.

Conforme as novas regras estabelecidas pela DMA, fabricantes de celular são obrigados a mostrar uma tela de escolha, onde usuários selecionam o navegador, um motor de pesquisa e um assistente virtual padrão enquanto configuram os seus telefones.

Até então, Apple e Google pré-definiam os telefones com configurações que deixavam os aplicativos da casa como padrão. A alteração dessas configurações exigiu um processo mais complicado.

A Apple vem exibindo até 11 navegadores além do Safari nas telas de escolha para cada um dos 27 países da União Europeia, alega que vai atualizar essas telas uma vez por ano para cada país.

Enquanto DuckDuckGo e Opera são oferecidos na lista da Apple, em todos os 27 países, o navegador da Aloha está em 26 países; a Ecosia está em 13 e Vivaldi em 8.

O Google está atualmente mostrando opções de navegador em dispositivos fabricados pela empresa e alega que novos dispositivos fabricados por outras empresas que executam o sistema operacional Android também exibirão telas de escolha nos próximos meses.

Um porta-voz do Google disse que ainda não tem dados sobre as telas de escolha de navegador para compartilhar.