(Imagem: Pedro Spadoni via DALL-E/Olhar Digital)
A União Europeia (UE) aprovou o Pacto Ecológico Europeu, em 2020, para liderar a transição global para energia limpa. Contudo, enfrenta desafios significativos devido à concorrência acirrada com a China e os Estados Unidos.
A China vem dominando o mercado de painéis solares e agora direciona suas atenções para o mercado de veículos elétricos na Europa. Já os EUA, com a Lei de Redução da Inflação de 2022, reforçaram suas políticas de sustentabilidade sob a administração do presidente Joe Biden.
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Para atingir suas metas de energia renovável até 2030, a UE precisa superar obstáculos significativos relacionados à confiabilidade, armazenamento e escalabilidade da energia.
Além disso, o apoio variado à energia nuclear entre os países membros gera divisões, o que complica o panorama energético do bloco.
Neste contexto, a UE busca diversificar suas fontes de energia para construir uma infraestrutura energética robusta e sustentável.
Entre as possíveis soluções está a energia solar espacial (SBSP, na sigla em inglês), que promete fornecer energia ininterrupta por meio de satélites capazes de coletar energia solar no espaço.
Essa tecnologia oferece vantagens significativas em relação aos painéis solares terrestres – por exemplo: a não necessidade de grandes áreas de terra e a capacidade de produzir energia em grande escala.
A SBSP poderia não apenas satisfazer a crescente demanda energética da Europa, mas também abrir caminho para importantes oportunidades de negócios no setor energético.
Assim, o desenvolvimento dessa tecnologia poderia catalisar o avanço do setor de tecnologia espacial na Europa. Startups como a britânica Space Solar e a alemã Emrod estão na vanguarda, desenvolvendo tecnologias de transmissão sem fio.
Em paralelo, outras empresas se concentram em novos designs de satélites para atender aos projetos futuros da Agência Espacial Europeia (ESA).
No entanto, os custos associados à SBSP são consideravelmente altos. Estudos da NASA e de consultorias como a Frazer-Nash e Roland Berger (disponível no site da ESA) estimam que o custo de desenvolvimento e operação de sistemas SBSP pode ser substancialmente maior do que outras alternativas de energia sustentável.
Apesar dos altos custos, a SBSP é vista por muitos como um investimento no futuro, comparável ao investimento em outras grandes infraestruturas de energia, como usinas nucleares.
Proponentes argumentam que os benefícios a longo prazo, incluindo a capacidade de fornecer energia limpa e ininterrupta em grande escala, justificam os investimentos iniciais.
Além dos desafios técnicos e financeiros, o desenvolvimento da SBSP traz questões ambientais e geopolíticas que precisam ser cuidadosamente avaliadas.
É que o impacto dos lançamentos frequentes de foguetes e a construção de infraestruturas espaciais em larga escala podem ter consequências imprevisíveis para o ambiente global.
Esses fatores devem ser considerados na medida em que a Europa busca afirmar sua liderança em tecnologias de energia renovável e enfrentar a competição global crescente.
Esta post foi modificado pela última vez em 2 de maio de 2024 14:13