(Imagem: Emre Okutan/Shutterstock)
Cientistas da Universidade de Rochester, EUA, apontam que um “quase colapso” do campo magnético da Terra há cerca de 590 milhões de anos ajudou no desenvolvimento de vida no planeta. Apesar da importância do campo para proteger a Terra de radiação, a equipe explica que seu enfraquecimento temporário pode aumentar os níveis de oxigênio e, assim, facilitar o surgimento de vida na superfície.
Entenda:
No estudo publicado na Communications Earth & Environment, os cientistas analisaram uma amostra de rochas ígneas de 591 milhões de anos, encontrando evidências do campo magnético mais enfraquecido já registrado em qualquer outra data. Acredita-se que o enfraquecimento possibilitou o surgimento da biota Ediacarana há aproximadamente 560 milhões de anos.
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Como explica a equipe no estudo, um campo magnético mais fraco faz com que mais hidrogênio escape da atmosfera e aumente os níveis de oxigênio – embora não se saiba exatamente quanto. “As estimativas mais elevadas podem resultar numa pequena alteração percentual de oxigênio, o que pode representar uma perturbação ou ultrapassagem de um limiar, permitindo a diversificação dos animais ediacaranos”, escrevem.
Os investigadores sugerem que, com a diminuição do campo, o plasma na atmosfera terrestre ficou exposto ao vento solar – que aumentou a perda de íons de hidrogênio. Além disso, a equipe ainda aponta que essa exposição produziu mais óxidos de azoto, expondo a atmosfera a mais radiação ultravioleta e acelerando o escape de hidrogênio.
O enfraquecimento do campo magnético terrestre no período ainda permanece um mistério. Porém, como sugerem os autores do estudo, as alterações ajudam a compreender que, para a evolução da vida em um planeta, é preciso que seu campo passe por algumas instabilidades ao longo dos anos.
Esta post foi modificado pela última vez em 7 de maio de 2024 21:21