Imagem: Aries Sutanto/Shutterstock
Você já deve ter lido inúmeros textos ou assistido a várias reportagens sobre o baiacu, peixe muito venenoso consumido regularmente no Japão – considerado iguaria nas terras nipônicas.
O fugu, como é conhecido por lá, pode ser encontrado em inúmeros estabelecimentos, desde que os chefes de cozinha tenham autorização para prepará-lo. Sim, existe o risco real de envenenamento, paralisia e até morte. Mas, não, os japoneses não se arriscam tanto assim. Pelo menos não hoje em dia. O controle de qualidade é gigantesco e os casos de intoxicação são raros.
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Apenas chefes experientes, licenciados e certificados são capazes de remover as partes tóxicas com precisão, reduzindo os riscos para os consumidores. O curso dura aproximadamente dois anos e a prova é extremamente difícil, a ponto de mais da metade dos alunos reprovarem.
Os aprovados, porém, tratam a culinária com fugu como se fosse uma arte. Alguns têm tanto controle do que estão fazendo que se permitem deixar resquícios da substância perigosa, mas apenas para causar sensação de formigamento na boca dos clientes.
Devido ao alto risco, alguns países optaram por proibir completamente a comercialização e o consumo do baiacu. No Japão, porém, ele continua em alta, até com redes especializadas nisso. Diante disso, fica a pergunta: por que os japoneses insistem nessa prática perigosa?
O baiacu é conhecido pela habilidade de inflar seu pequeno corpo quando se sente ameaçado. O real perigo dele, no entanto, está em suas partes internas. Ele é capaz de metabolizar no fígado e em outras regiões (como ovários e intestino) uma neurotoxina chamada tetrodotoxina.
Essa neurotoxina é uma das substâncias mais potentes encontradas na natureza, sendo capaz de causar paralisia muscular e levar à morte em poucas horas. Dizem até que é mais poderosa que o arsênico ou o cianeto.
Os sintomas de envenenamento por baiacu começam, geralmente, a se manifestar dentro de algumas horas após a ingestão e podem incluir: formigamento e dormência, fraqueza muscular, náuseas e vômitos, dificuldades respiratórias e até mesmo paralisia e morte.
Você pode ler mais sobre esse peixe fascinante neste outro texto do Olhar Digital.
E se vocês se interessarem por conhecer mais da milenar cultura japonesa, assistam a “Xógum”. Historiadores afirmam que, apesar de ficcional, a história é muito fiel à realidade. Eu recomendo. “Xógum”. Não o fugu.
Esta post foi modificado pela última vez em 4 de junho de 2024 21:19