Imagem: Esin Deniz/Shutterstock
Os Neandertais intrigam pesquisadores e permanecem no centro do debate sobre a evolução das espécies, inclusive, ajudando na compreensão dos Homo sapiens.
Um estudo dos últimos anos ajudou a entender no que essa espécie milenar e a nossa diferem e se assemelham no quesito linguagem. Apesar das semelhanças na fala, um aspecto principal diferenciou as duas.
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Segundo o IFLScience, evidências anatômicas indicam que os Neandertais tinham tratos vocais e vias auditivas bem parecidas com as dos Homo sapiens. Isso significa que, de perspectiva exclusivamente anatômica, eles podem falar como nós.
Inclusive, estudos anteriores já haviam mostrado que genes neandertais estão presentes na genética sapiens, sugerindo comunicação que permitiu múltiplos episódios de cruzamento entre as espécies.
Posteriormente, reconstruções digitais 3D do cérebro de Neandertais mostraram diferenças significativas em relação aos Homo sapiens. Por exemplo, a primeira espécie tinha lobo occipital relativamente grande, focando mais no processamento visual do que na linguagem.
O tamanho total também diferia, com o cérebro deles sendo relativamente pequeno, cheio de neurônios e de formato diferente do nosso. Nisso, uma pesquisa de 2019 concluiu que essas mudanças também provocam mudanças na forma de aprendizagem, cognição e na linguagem.
E o que o cérebro diferente tem a ver com a linguagem dos Neandertais em relação à nossa?
Alguns estudos já tinham descoberto como os humanos armazenam e processam palavras, algo que tem relação direta com o órgão. Por exemplo, o cérebro no Homo sapiens se desenvolveu em forma esférica com redes neurais conectadas entre si.
Isso levou a avanços, como a compreensão de palavras icônicas (que comunicam a partir da relação do som, tamanho, movimento e textura com o conceito que representam), regras semânticas, sintáticas e associações sensoriais da fala com seus significados. Quando falamos “au au”, sabemos do que se trata.
Foi essa característica que permitiu a capacidade de interpretação no cérebro humano, algo que não aconteceu no desenvolvimento dos Neandertais. Ou seja, no final das contas, a espécie extinta não seria capaz de entender uma metáfora como nós.
Esta post foi modificado pela última vez em 11 de junho de 2024 19:41