Destroços do Titanic (Imagem: Walt Disney Co.)
Em 18 de junho, uma das tragédias que mais chocou o mundo em 2023 completou um ano: a morte dos tripulantes do Titan, submarino da OceanGate que tinha o Titanic como destino.
As investigações para desvendar o que exatamente aconteceu no fundo do mar continuam em andamento, mas a indústria de submarinos já sabe quais os próximos passos para explorar os destroços do lendário navio: robôs.
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Um dos tripulantes vítimas da implosão é Paul-Henri Nargeolet, ex-comandante da Marinha Francesa e principal especialista no naufrágio do Titanic. Conhecido como Sr. Titanic, ele ajudou a recuperar milhares de artefatos do navio histórico e trabalhava como diretor de pesquisas subaquáticas da RMS Titanic.
Um dos objetivos de Nargeolet, no que se tornou seu último mergulho, era recuperar o telégrafo sem fio usado para transmitir os pedidos de socorro do naufrágio. Em sua autobiografia, o pesquisador reforçou a urgência de encontrar a peça, que, “provavelmente, entrará em colapso no curto prazo”. James Cameron, diretor do filme “Titanic”, também defendeu a recuperação do telégrafo.
A RMS Titanic tem planos para o futuro: já anunciou expedição para julho com dois robôs subaquáticos em busca dos tesouros do Titanic. A presidente da empresa, Jessica Sanders, afirmou que “há arte na recuperação de artefatos e elemento humano que a tecnologia nunca poderá substituir”.
No entanto, como reportou o The New York Times, a empresa sentiu os efeitos do desastre do Titan e, como resposta, priorizou a segurança com os robôs.
Além de serem vistos como mais seguros, os dispositivos já são avançados para dar conta do recado, com câmeras de vídeos, sistemas de mapeamento, sensores e braços manipuladores que podem ser controlados à distância por humanos.
No caso da RMS Titanic, a expedição do mês que vem contará com dois robôs de mergulho da empresa Chouest, mas já anunciou a compra de mais 100 máquinas de outra companhia para ampliar suas opções submarinas.
Muitos fãs de submarinos se preocupam com o legado de Nargeolet em estabelecer o caminho para nova geração de aventureiros. Eles lembram que parte importante dessas explorações – o grande motivo pelo qual eles se arriscavam no fundo do mar – era justamente a aventura, algo que seria minado pelo uso de robôs. Nisso, segurança e necessidade de aventura se chocam.
Algumas empresas defendem a continuidade de missões submarinas com humanos, como a Tritan Submarines. A companhia está desenvolvendo submarino-bolha que quer estabelecer recorde de profundidade ao visitar o Titanic – e em segurança – em 2026.
Já outros defendem que o problema não são os submarinos, mas a falta de regulamentação, lembrando que a missão da OceanGate dispensou treinamentos específicos.
Fontes do Times, no entanto, acreditam que a regulamentação das explorações submarinas deva vir apenas após a conclusão das investigações do Titan, que ainda pode demorar um ou dois anos.
Esta post foi modificado pela última vez em 20 de junho de 2024 19:10