(Imagem: Yalcin Sonat/Shutterstock)
Nos últimos tempos, vários usuários do Spotify vêm reclamando nas redes sociais que o algoritmo do aplicativo de música está recomendando um artista que tem várias canções atacando o sistema eleitoral e autoridades, o que vai contra as diretrizes da plataforma.
O cantor em questão é Boca Nervosa, que, no Instagram, tem mais de 40 mil seguidores e indica fazer jingles políticos. Ele aparece em várias fotos e vídeos com o ex-presidente Jair Bolsonaro, o deputado federal Eduardo Bolsonaro, entre outros.
Em suas letras, por exemplo, ele acusa o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, e demais ministro, de realizarem a contagem dos votos nas eleições.
“Xandão tem toda culpa de o Brasil ficar desconfiado. É eles mesmos que fazem a contagem que faz o resultado da apuração”, diz, em uma de suas letras.
Em outro trecho, ele debocha do Tribunal Superior Eleitoral (TSE): “Ninguém mais pode desconfiar das urnas, virou um crime na nossa nação. Perdeu mané, o povo tá desconfiado e ninguém mais bota fé nesse TSE”, canta.
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Edmar Marques da Silva, vulgo Boca Nervosa, é natural de Olímpia (SP) e tem quase 40 anos de carreira como cantor de pagode. Já participou de alguns programas de TV, como os de Jô Soares e Tom Cavalcante, para tratar de algumas de suas letras satíricas.
Mas, em 2016, passou a tratar de temas políticos a partir do álbum “Diário da Corrupção”, lançado pela Radar Records.
Nas composições recentes mais famosas, estão “Pagode do Barroso” e outra, na qual critica o julgamento do TSE que tornou Bolsonaro inelegível. Nela, ele afirma que o TSE e Moraes teriam apoiado Lula na última eleição.
“Vocês levaram dessa vez essa eleição / Juntando todos os partidos, vai pensar o capitão / Teve apoio do TSE e do Xandão /
De Instituto de Pesquisa, e toda a mídia que apoia ladrão / Nesse jeito nem Jesus ganharia essa eleição”, diz, em certo trecho da faixa.
O Intercept Brasil entrou em contato com o Spotify, que disse que “revisou o conteúdo das músicas mencionadas”, e elas seguem na plataforma e não quis se manifestar a respeito. O Olhar Digital também contatou a empresa e, a princípio, recebemos as regras da plataforma.
O trecho das regras que trata do tema é o seguinte: “Conteúdos que tentam manipular ou interferir nos processos eleitorais incluem, mas não estão limitados a:
O espaço segue aberto para a empresa.
Esta post foi modificado pela última vez em 18 de julho de 2024 15:22