Joe Biden, presidente dos EUA (Imagem: fotocuts/Shutterstock)
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse recentemente que abriria mão de sua candidatura à reeleição para se dedicar exclusivamente ao seu atual mandato. Sim, é um jeito bonito de admitir que ele perderia para o republicano Donald Trump na disputa de novembro. Trata-se também de uma saída nobre para o estadista, que viu sua campanha ruir após o péssimo desempenho em um debate.
Uma das primeiras ações do ainda presidente após a importante decisão foi tomada na última segunda-feira (22). O governo Biden anunciou um financiamento bilionário para projetos climáticos de alguns estados. Ao todo, 25 iniciativas dividirão um total de US$ 4,3 bilhões.
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A medida busca aproximar o país da meta estabelecida dentro do Acordo de Paris. No documento, o governo Biden prometeu reduzir as emissões de carbono dos EUA em pelo menos 50% até 2030.
Ao injetar dinheiro nos estados, o presidente divide a responsabilidade com os governadores. E se prepara para que uma eventual vitória de Trump não paralise completamente a agenda ambiental americana.
Em seu primeiro mandato, Trump já deixou esse tema em segundo plano. Agora, se eleito, ele promete dobrar a aposta. Entre outras coisas, já indicou que pode tirar os Estados Unidos do Acordo de Paris, repetindo o que fez em 2017. À época, ele disse que o texto era injusto com os americanos — e que trabalharia por uma nova redação (que acabou não se concretizando).
O governador da Pensilvânia, Josh Shapiro, afirmou que essa é uma das maiores doações que o estado já recebeu na história.
“Este investimento nos ajudará a reduzir a poluição tóxica do ar, criar milhares de empregos, investir em nosso setor de energia e continuar o legado de liderança energética da Pensilvânia”, disse em comunicado.
O texto acima é claramente político. Não que isso seja um problema. Pelo contrário. A política é essencial na condução do estado e da sociedade. Mas não dá para ignorar alguns elementos curiosos.
A Pensilvânia receber um dos maiores valores desse pacote não acontece à toa. Ela é considerada um estado-pêndulo, ou seja, um local que vota às vezes nos democratas, às vezes nos republicanos.
Os pêndulos normalmente definem as eleições americanas e, neste momento, Trump vence em 5 dos 6 mais importantes, incluindo a Pensilvânia. Os números do jornal The New York Times são de maio, mas não mudaram tanto assim nas últimas semanas.
O pacote pode ajudar os democratas a virar o jogo na Pensilvânia pelo menos. Ainda mais se o governador Shapiro se tornar vice da chapa de Kamala Harris. Isso, no entanto, é apenas especulação da imprensa americana. Por enquanto.
O mais importante agora é reconhecer a importância desse financiamento verde tech para o futuro sustentável do planeta. Mas sem perder de vista que nada é por acaso.
As informações são do The Verge.
Esta post foi modificado pela última vez em 23 de julho de 2024 10:54