Imagem: Gorodenkoff/Shutterstock
Um quarto dos pacientes que não respondem após uma lesão cerebral grave ainda podem realizar tarefas cognitivas, segundo descobertas de um novo estudo.
Este fenômeno é conhecido como dissociação motora cognitiva (TMC). Trata-se de uma síndrome que pode ocorrer quando uma pessoa em coma ou estado vegetativo parece não responder, mas ainda apresenta atividade cerebral relacionada ao pensamento intencional.
Para detectar se os pacientes estavam seguindo alguns comandos que lhes eram dados, os pesquisadores analisaram imagens cerebrais de ressonância magnética funcional (fMRI), bem como um teste que registra a atividade elétrica no cérebro, conhecido como eletroencefalografia (EEG).
Os testes puderam mostrar reações inteligentes no cérebro, mesmo sem um sinal físico óbvio, como o paciente realmente abrindo e fechando a mão após o comando. Isso indica que, para alguns pacientes, o problema não é a cognição, mas sim as habilidades motoras, levando a condição conhecida como TMC.
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“Estes resultados levantam questões éticas, clínicas e científicas críticas, tais como: como podemos aproveitar essa capacidade cognitiva invisível para estabelecer um sistema de comunicação e promover uma maior recuperação?”, diz Yelena Bodien, pesquisadora e autora principal do estudo.
Os pesquisadores observaram que uma limitação do estudo foi que os dados foram recolhidos por muitas equipes diferentes durante um longo período, e os métodos não foram padronizados, o que pode levar à variabilidade nos dados.
Elaborar diretrizes sobre como avaliar a dissociação motora cognitiva será o foco de trabalhos futuros, diz a equipe.
Bodien acrescentou: “Para continuar o nosso progresso neste campo, precisamos de validar as nossas ferramentas e desenvolver abordagens para avaliar de forma sistemática e pragmática os pacientes que não respondem, para que os testes sejam mais acessíveis”.
Esta post foi modificado pela última vez em 16 de agosto de 2024 14:44