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Já está na Câmara dos Deputados um projeto de lei que cria uma empresa pública aeroespacial. Batizada de Alada, essa estatal cuidaria do desenvolvimento e eventual lançamento de satélites e foguetes. De acordo com o jornal Folha de São Paulo, ela também seria responsável pela gestão da base de Alcântara, no Maranhão.
A Alada é um desejo do governo e das Forças Armadas há muito tempo, desde a época em que a presidente era Dilma Rousseff. O Gabinete de Segurança Institucional (GSI) realiza estudos sobre o assunto há pelo menos 8 anos.
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A iniciativa só não andou antes por que esbarrava na ampliação de Alcântara, o que removeria família quilombolas da região. Em setembro, porém, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou um acordo com essas comunidades, encerrando um litígio que durava décadas.
O plano de criação da nova estatal e o envio do projeto de lei ao Congresso só foi possível após essa assinatura. Se aprovada, a nova empresa pública aeroespacial será subsidiária de outra estatal, a NAV Brasil, criada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.
A proposta está atualmente nas chamadas comissões temáticas da Câmara. Depois, ainda precisa passar pelo plenário da Casa e pelo Senado. Não há prazo para isso acontecer.
Quando falamos em gestão de Alcântara, a ideia seria transformar a base no Maranhão numa espécie de referência para o lançamento de artefatos espaciais. Não só brasileiros, mas do mundo todo.
O local poderia ser “alugado” por outros países ou empresas, que poderiam também utilizar os equipamentos, além da estrutura. O objetivo do governo com esse projeto é aumentar a frequência de lançamento de foguetes na região.
Mas quais empresas e países seriam esses? De acordo com o jornal Folha de São Paulo, um grupo de trabalho do GSI teria mapeado alguns interessados e essa lista incluiria as americanas SpaceX e Blue Origin.
O ministro do GSI, Marcos Antonio Amaro, porém, nega qualquer interesse em negociar com a companhia de Elon Musk.
A Força Aérea Brasileira (FAB), por sua vez, afirmou, em nota, que a nova estatal deverá “flexibilizar a interação estatal com as instituições interessadas em se valer da grande vantagem competitiva do Brasil, decorrente de um dos centros de lançamento mais bem localizados do mundo, o Centro de Lançamento de Alcântara”.
Ou seja, não confirmou nem negou a informação trazida pelo jornal. Fato é que tanto o GSI como a FAB apostam na localização da base aeroespacial de Alcântara como um diferencial de mercado. E isso ficou claro no texto da Força Aérea.
Você pode ler mais curiosidades sobre a Base de Alcântara neste outro texto do Olhar Digital.
Esta post foi modificado pela última vez em 20 de outubro de 2024 13:48