Imagem: gerada por inteligência artificial (Dall-E)/Nayra Teles
Imagine se pudéssemos replicar parte do nosso organismo em laboratório e criar versões menores dele para entender como funcionam. Isso já está se tornando realidade. Recentemente, pesquisadores da Georgia Tech desenvolveram um modelo em miniatura do sistema imunológico humano que imita as funções de defesa do corpo.
A nova criação científica vai permitir estudar por que pacientes com câncer têm respostas imunes mais fracas e pode ser uma alternativa promissora aos testes em animais. Os detalhes sobre o projeto foram descritos na revista Nature Materials.
Leia mais:
O novo modelo já foi utilizado para entender como o nosso sistema imunológico responde ao câncer. A equipe descobriu que as células do sistema imunológico de diferentes fontes de tecido não reagem da mesma forma. Por exemplo, as células da amígdala — uma parte do corpo que ajuda a se defender contra infecções — enfrentam problemas para se manter saudáveis por mais tempo.
Os pesquisadores também usaram a tecnologia de “órgão-em-chip” para entender como as células de defesa de pessoas saudáveis reagem ao combate de infecções. Eles descobriram que, em sobreviventes de linfoma tratados com imunoterapia, elas não se organizam como deveriam. Isso poderia explicar a fraqueza das defesas imunológicas desses pacientes.
Embora tenha sido criada principalmente para o estudo do câncer, os sistemas imunológicos humanos podem ser utilizados com outros propósitos, como o desenvolvimento de vacinas, tratamentos, estudo de doenças infecciosas e outras condições que afetam o sistema imunológico.
Além disso, o modelo pode ser gerado centenas de vezes em uma única sessão. Isso vai ajudar pesquisadores a testar diferentes imunizantes e terapias em populações variadas, incluindo pacientes saudáveis e imunossuprimidos.
A escalabilidade dessa tecnologia promete avanços no tratamento nos mais diversos setores da medicina. Dra. Jean Koff, autora da pesquisa, enfatiza:
Essa tecnologia fornece insights biológicos mais profundos e uma maneira inovadora de monitorar a recuperação de defeitos imunológicos ao longo do tempo. Ela pode ajudar os clínicos a identificar melhor os pacientes que se beneficiariam de intervenções específicas que reduzam o risco de infecção.
Dra. Jean Koff, para o Medical Xpress
Esta post foi modificado pela última vez em 13 de novembro de 2024 16:51