De borracha a soja, a Amazônia sempre atraiu exploradores; hoje, os minerais são o novo foco de interesses externos. Crédito: Nelson Antoine - Shutterstock
Todo mundo sabe que a Amazônia é a maior floresta tropical do mundo. Agora, o que pouca gente sabe é que o local também abriga o rio mais quente do planeta.
O Shanay-Timpishka fica na parte peruana da floresta. A Amazônia, aliás, se espalha por 8 países, além do território da Guiana Francesa. Sim, mais de 60% dela fica aqui no Brasil. Essa historia, porém, se passa no Peru.
Uma lenda contada pelo povo inca já falava sobre um rio fervilhante. Os espanhóis, quando chegaram na região há alguns séculos, também o encontraram – e alguns teriam morrido dentro das águas.
Durante muito tempo, historiadores e acadêmicos acreditavam que isso não passava de um conto, uma fábula. Até por que a conta não fechava. Águas quentes são tipicamente associadas a fontes termais geotérmicas, normalmente alimentadas por atividade vulcânica subterrânea. E a floresta amazônica não tem nenhum vulcão próximo.
Ou seja, tudo não passaria de uma lenda mesmo, certo? Errado! Em 2011, o geólogo peruano Andrés Ruzo, doutor pela Universidade Metodista do Sul, no Texas, Estados Unidos, resolveu tirar a história a limpo – e confirmou a existência desse fenômeno único da natureza.
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Eis a pergunta de um milhão de reais. E que os estudos ainda não conseguem respondem com 100% de certeza.
Após uma série de testes, Ruzo demonstrou que o rio cria essas temperaturas altíssimas “independentemente do vulcanismo”. Ele, no entanto, ainda não chegou a uma conclusão sobre como isso acontece.
Uma ideia é que as águas se originam em geleiras dos Andes. O gelo derretido, então, se infiltra profundamente abaixo do solo, onde é aquecido pela energia geotérmica da Terra. Depois disso, essa água quente ressurgiria na Amazônia.
São necessárias novas investigações para chegarmos a uma resposta definitiva. Fato é que o Shanay-Timpishka é o rio mais quente do mundo, com temperaturas inigualáveis, acima de qualquer outro sistema geotérmico não vulcânico do planeta.
Vale destacar que o doutor Ruzo lançou um livro sobre o assunto: “O Rio Fervilhante: Aventuras e descobertas na Amazônia”. Você pode saber mais sobre o assunto assistindo a essa palestra que ele deu em 2014:
As informações são do IFL Science.
Esta post foi modificado pela última vez em 9 de dezembro de 2024 18:12