Anti-aurora fotografada no céu do Alasca em 22 de novembro de 2024. Crédito: Todd Salat via Spaceweather.com
No fim do mês passado, um fenômeno extremamente raro foi visto no céu do Alasca. As chamadas “anti-auroras” criaram uma formação luminosa peculiar em forma de “E” sobre uma área não especificada do centro-sul do maior e menos populoso estado norte-americano.
O caçador de auroras Todd Salat registrou o evento na madrugada de 22 de novembro, por volta das 4h da manhã (pelo horário local). Na legenda da imagem enviada à plataforma de climatologia e meteorologia espacial Spaceweather.com, ele diz que a figura iluminada apareceu subitamente, com estranhas manchas escuras, características das anti-auroras, e desapareceu rapidamente, moldando-se em diferentes formas.
Sobre as anti-auroras:
Auroras tradicionais acontecem quando os elétrons solares entram na magnetosfera da Terra e aquecem as moléculas de gás na atmosfera superior, liberando luz visível. O resultado é o clássico espetáculo luminoso, cujas cores variam de acordo com o tipo de gás excitado.
Esse processo ocorre principalmente perto dos polos, onde o campo magnético da Terra é mais fraco, permitindo que as partículas solares interajam mais facilmente com a atmosfera.
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Essas manchas escuras foram identificadas pela primeira vez nos anos 1990. Estudos subsequentes, como os realizados pela missão Cluster, da Agência Espacial Europeia (ESA), ajudaram a entender o mecanismo por trás do fenômeno.
Pesquisadores descobriram que as auroras negras se formam quando as tradicionais esgotam o plasma da ionosfera, criando “cavidades ionosféricas”. Esse fenômeno ocorre quando a magnetosfera da Terra é alterada pela tensão causada por tempestades solares.
As condições necessárias para a formação de anti-auroras são específicas, o que torna esses eventos bastante raros. Elas são observadas tanto no sul quanto no norte do globo, mas geralmente por apenas 10 a 20 minutos.
Esta post foi modificado pela última vez em 10 de dezembro de 2024 13:16