Imagem: Sergey Nivens / Shutterstock
Como você leu aqui no Olhar Digital nos últimos dias, 2024 foi o ano da Inteligência Artificial, mais especificamente da IA generativa. Muito além da OpenAI e do seu ChatGPT, as gigantes de tecnologia avançaram bastante nessa área no ano passado. E a tendência é que elas busquem dar um passo além em 2025.
O mercado ficará ainda mais acirrado. Mas essa não será a única dificuldade que as big techs vão enfrentar. Os especialistas na área afirmam que as empresas que mexem com esse tipo de tecnologia devem buscar novas fontes de energia – limpas, de preferência.
Os data centers que alimentam IA e a computação em nuvem consomem muita energia. Muita energia mesmo. Para vocês terem ideia, um estudo de novembro de 2022 estimou que o treinamento de um grande modelo de linguagem (LLM) consumia cerca de 1.300 megawatts-hora. Isso equivale ao consumo anual de 130 casas nos Estados Unidos.
Pois bem, esses números são de 2022. Hoje, o gasto é superior. E a tendência é que ele aumente ainda mais, com as empresas criando modelos cada vez mais complexos.
“Um novo data center que precisa da mesma quantidade de eletricidade que, digamos, Chicago, não pode simplesmente construir sua saída do problema a menos que entenda suas necessidades de energia. E que necessidades são essas? Energia estável, direta, 100%, 24 horas por dia, 365 dias por ano.”
Mark Nelson, diretor administrativo do Radiant Energy Group, em entrevista à rede americana CNBC
Segundo Michael Terrell, diretor sênior de energia e clima da big tech, esse deve ser o futuro:
“O que estamos vendo é que a energia nuclear tem muitos benefícios. É uma fonte de eletricidade livre de carbono. É uma fonte de eletricidade que pode estar sempre ligada e funcionando o tempo todo. E fornece um tremendo impacto econômico.”
Muita gente, leigos principalmente, ainda torcem o nariz quando ouvem falar em energia nuclear, principalmente por causa da bomba atômica e de acidentes em algumas usinas.
Esse tipo de energia, no entanto, é muito mais seguro do que outros. O Instituto Federal de Santa Catarina ouviu uma série de professores e eles explicaram que ela não é esse bicho de sete cabeças.
Segundo eles, a energia nuclear é uma fonte confiável, pois não depende de condições climáticas. Além disso, é uma fonte de energia limpa, pois não produz gases de efeito estufa. E tem um custo de manutenção relativamente baixo.
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Eles ponderaram, no entanto, alguns pontos negativos, como o perigo de contaminação radioativa, o lixo nuclear e a dependência de minerais, como o urânio (o que tornaria essa fonte não renovável).
Todos são pontos importantes, mas que podem ser contornados. A França, por exemplo, já consegue reaproveitar todo o urânio utilizado por lá.
Outro ponto importante: apesar de acidentes nucleares serem graves, eles são raros. De acordo com o IFSC, o número de acidentes relatados é bem inferior na comparação com o uso do carvão como fonte de energia.
A indústria do carvão tem taxa de mortalidade de 32,72 mortes por terawatt-hora, enquanto na produção de energia nuclear esse índice é de apenas 0,03%.
As informações são da CNBC.
Esta post foi modificado pela última vez em 24 de janeiro de 2025 10:08