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CEO do TikTok sinaliza permanência do app nos EUA ao agradecer apoio de Trump em vídeo

Nesta sexta-feira (17), o CEO do TikTok, Shou Zi Chew, manifestou publicamente sua gratidão ao presidente eleito Donald Trump pelo apoio na tentativa de preservar o funcionamento da plataforma de vídeos curtos nos Estados Unidos.

A declaração foi feita dois dias antes da proibição do aplicativo, prevista para entrar em vigor no domingo (19), em consequência de uma decisão da Suprema Corte e de uma lei que considera o TikTok ameaça à segurança nacional.

Futuro presidente dos EUA está tentando evitar banimento da rede social chinesa (Imagem: miss.cabul/Shutterstock)

CEO do TikTok agradece ao apoio presidencial

  • Em vídeo publicado em seu perfil oficial no TikTok, Chew exaltou o compromisso de Trump em buscar solução para manter o aplicativo disponível para os mais de 170 milhões de usuários estadunidenses, incluindo cerca de sete milhões de pequenas empresas que utilizam a plataforma;
  • “Quero agradecer ao presidente Donald Trump por seu comprometimento em trabalhar conosco e encontrar uma solução que mantenha o TikTok disponível nos Estados Unidos”, afirmou;
  • Chew classificou a posição de Trump como “firme apoio à Primeira Emenda e uma rejeição à censura arbitrária”;
  • O CEO destacou que a plataforma tem sido um meio de expressão para milhões de estadunidenses e afirmou que Trump entende o impacto e a importância do TikTok;
  • Estamos gratos por termos o suporte de um presidente que usa a plataforma para compartilhar suas perspectivas, gerando mais de 60 bilhões de visualizações em seus conteúdos”, completou.

Confira o vídeo abaixo:

@shou.time Our response to the Supreme Court decision @TikTok ♬ original sound – Shou

O futuro do TikTok nos EUA vem sendo debatido desde o governo Trump em 2020, quando o então presidente assinou ordem executiva determinando o banimento do aplicativo, caso ele permanecesse sob o controle da empresa chinesa ByteDance. Na época, alegou-se que os dados coletados pelo TikTok poderiam ser usados pelo governo chinês para espionagem.

Posteriormente, um acordo foi proposto para que as empresas estadunidenses Oracle e Walmart assumissem participações significativas no TikTok, permitindo a continuidade da operação nos EUA.

No entanto, o plano foi abandonado durante o governo de Joe Biden, que não avançou na questão até que o Congresso aprovasse, em abril de 2024, uma lei exigindo o desinvestimento da ByteDance como condição para o funcionamento do TikTok no país. A Suprema Corte confirmou a constitucionalidade da lei nesta sexta-feira (17), tornando o banimento iminente.

Uma das poucas opções restantes para evitar a proibição seria a ByteDance vender as operações estadunidenses do TikTok. Apesar de rumores de negociações entre autoridades chinesas e o bilionário Elon Musk, dono do X, a rede social chinesa negou a existência de qualquer conversa formal.

A venda, no entanto, enfrenta resistência tanto da ByteDance quanto de Pequim, que vê o TikTok como importante ferramenta de soft power no cenário global. Analistas apontam que a complexidade geopolítica pode dificultar qualquer acordo no curto prazo.

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Trump promete ação imediata ao assumir o cargo

Trump, que tomará posse na segunda-feira (20), prometeu agir rapidamente para reverter o banimento do TikTok. Durante sua campanha presidencial de 2024, ele usou a plataforma para se conectar com o público jovem e consolidar sua base de eleitores, prometendo “salvar o TikTok” caso fosse eleito.

Apesar das críticas que enfrentou por sua postura anterior contra a rede social, Trump parece disposto a negociar com a ByteDance e explorar soluções que mantenham o TikTok acessível nos EUA, enquanto aborda preocupações com a segurança nacional.

Impacto em caso de banimento

O banimento iminente do TikTok afeta não apenas seus usuários, mas, também, milhões de criadores de conteúdo, empresas e marcas que dependem da plataforma para alcançar seus públicos. O CEO da plataforma destacou que a rede social continuará buscando alternativas para proteger a criatividade e a liberdade de expressão de seus usuários.

Plataforma chinesa pode ser banida no domingo (19) (Imagem: miss.cabul/Shutterstock)

Faremos tudo o que estiver ao nosso alcance para assegurar que a plataforma prospere como sua casa on-line para criatividade ilimitada e descobertas, assim como uma fonte de inspiração e alegria”, declarou Chew ao encerrar seu pronunciamento.

Com a proibição prevista para domingo (19) e Trump assumindo o cargo no dia seguinte, o destino do TikTok nos Estados Unidos permanece incerto. Enquanto isso, a ByteDance e a administração do presidente eleito precisarão decidir, rapidamente, se uma solução viável pode ser alcançada para evitar que milhões de estadunidenses percam acesso à popular plataforma.

Esta post foi modificado pela última vez em 17 de janeiro de 2025 19:00

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Publicado por
Rodrigo Mozelli