Oceanos estão aquecendo 400% mais rápido do que na década de 1980

Um estudo realizado pela Universidade de Reading, no Reino Unido, detectou um aumento das temperaturas sem precedentes da superfície dos oceanos. De acordo com os dados, as águas estão aquecendo mais de quatro vezes mais rápido do que no final dos anos 1980.

Os pesquisadores envolvidos no trabalho afirmam que não se sabe ao certo o que causou esta “fervura” nas últimas décadas. Muito provavelmente, este seria o resultado de uma união de uma série de fatores diferentes, inclusive da atividade humana.

O que gerou este aumento de temperaturas sem precedentes?

• Várias teorias foram apontadas para explicar o aquecimento sem precedentes dos oceanos.
• Uma das explicações possíveis é o aumento no vapor de água que retém o calor da erupção de 2022 do vulcão de Tonga.
• Outras possibilidades têm relação com os efeitos do aumento do transporte marítimo e com o pico de atividade no atual ciclo solar enviando mais calor para a Terra.
• O problema é que, mesmo combinados, estes fenômenos não explicariam totalmente as temperaturas observadas.
• Por conta disso, cientistas usaram registros de dados de satélite desde 1985 para calcular a mudança na taxa de aquecimento da superfície do mar.
• Os resultados foram descritos em estudo publicado na Environmental Research Letters.

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Oceanos mais quentes podem trazer impactos devastadores

Os pesquisadores descobriram que a taxa subjacente de aquecimento era de cerca de 0,06°C nos anos 1980. Agora, no entanto, aumentou para 0,27°C por década. A equipe observa que este não é um aumento linear, e sim acelerado.

Embora parte do excesso de calor tenha sido impulsionado pelo fenômeno climático El Niño, caracterizado pelo aquecimento da superfície do Oceano Pacífico, cerca de 44% disso se deveu ao fato de os oceanos absorverem calor muito mais rápido do que o previsto na última década.

Os cientistas alertam que, se essa tendência continuar, excederemos o aumento da temperatura da superfície do mar experimentada nos últimos 40 anos até 2045. O efeito disso para a vida marinha pode ser devastador, uma vez que milhões de animais já morreram em função das condições de vida extrema causadas pelo aquecimento das águas.