Esponja, revestida com nanopartículas que têm afinidade por poluentes, pode coletar metais, como zinco e cobre, bem como fosfato, e, em iterações anteriores, puxou, com sucesso, chumbo da água e microplásticos, além do óleo de lagos e oceanos. Em seguida, libera esses recursos valiosos quando for exposto a diferentes pH (Imagem: Dravid Lab/Northwestern University)
Uma nova tecnologia desenvolvida por pesquisadores da Universidade Northwestern (EUA) promete revolucionar a remoção de poluentes da água. Trata-se de esponja reutilizável capaz de absorver substâncias, como óleo, fosfato e metais pesados e, posteriormente, liberá-los para reaproveitamento. Além de contribuir para a limpeza de corpos d’água, a inovação possibilita a recuperação de minerais valiosos, como cobre e zinco.
A descoberta, publicada nesta quarta-feira (5) no Environmental Science & Technology Water, detalha como os pesquisadores adaptaram a plataforma para lidar com poluentes específicos da região de Chicago (EUA). Além disso, a tecnologia pode ser ajustada para capturar diferentes tipos de contaminantes, como metais, plásticos e nutrientes.
Ao SciTechDaily, o professor Vinayak Dravid, líder da pesquisa e especialista em engenharia de materiais, compara a esponja a um “canivete suíço” devido à sua versatilidade e capacidade de reutilização. Para viabilizar a comercialização da tecnologia, ele fundou a startup Coral Innovations, voltada para soluções ambientais baseadas nesse método inovador.
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A empresa StormTrap, fabricante de equipamentos para tratamento de águas pluviais, se interessou pelo projeto e desafiou os pesquisadores a eliminar poluentes, como cobre, zinco e fosfato a níveis indetectáveis.
Esse avanço é crucial, uma vez que os limites estabelecidos pela Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA, na sigla em inglês) para minerais na água potável são frequentemente superiores ao necessário para prevenir impactos ambientais, como a proliferação de algas.
A pesquisadora Kelly Matuszewski, doutoranda e principal autora do estudo, desenvolveu método eficiente para extrair os minerais absorvidos pela esponja.
Reduzindo o pH, ela conseguiu liberar os metais capturados e, posteriormente, ao aumentar o pH, separou o fosfato. Mesmo após cinco ciclos de reutilização, a esponja manteve sua eficiência, resultando em água sem vestígios de poluentes.
Matuszewski, finalista do FoundHer Spotlight, competição para mulheres cientistas em início de carreira, apresentará sua pesquisa no dia 5 de março para o Northwestern Women’s Board.
Com a parceria da StormTrap, a equipe, agora, trabalha na aplicação prática da tecnologia, testando sua eficácia fora do ambiente controlado do laboratório.
O próximo passo será determinar a capacidade máxima de absorção da esponja e colaborar com outros pesquisadores da Universidade Northwestern no desenvolvimento de estratégias para tornar os cursos d’água mais limpos e sustentáveis.
Esta post foi modificado pela última vez em 6 de fevereiro de 2025 00:08