Anestesia geral U.S. Navy photo by Capt. Jaime A. Quejada, Public domain, via Wikimedia Commons
A anestesia geral é uma técnica médica que induz um estado de inconsciência controlada para que o paciente não sinta dor e não tenha memória do procedimento. Esse tipo de anestesia é utilizado principalmente em cirurgias, exames invasivos e outros procedimentos médicos que exigem a imobilização total do paciente. Mas anestesia geral pode matar?
Recentemente, o influenciador e empresário Ricardo Godoi, de 46 anos, faleceu após receber anestesia geral para realizar uma tatuagem nas costas em Itapema, Santa Catarina. O procedimento ocorreu em um hospital, onde ele foi sedado antes mesmo de a tatuagem começar.
No entanto, logo após a administração da anestesia e a intubação, ele sofreu uma parada cardiorrespiratória. Os médicos tentaram reanimá-lo, mas ele não resistiu. O caso levantou dúvidas sobre os riscos da anestesia geral e as circunstâncias em que ela pode ser fatal.
Os anestésicos gerais atuam no sistema nervoso central, bloqueando a percepção da dor, a consciência e até mesmo os reflexos musculares. Eles podem ser administrados por via intravenosa ou inalatória, e a profundidade da anestesia é ajustada conforme necessário ao longo do procedimento.
O tempo de duração varia de acordo com a substância utilizada e com a resposta individual do paciente. Alguns anestésicos são mais potentes que outros e podem ser combinados para aumentar sua eficácia e segurança.
A decisão de administrar anestesia geral depende de uma avaliação detalhada, pois nem todos os pacientes podem recebê-la com segurança.
Pessoas saudáveis, de qualquer idade, geralmente toleram bem o procedimento, mas idosos com múltiplas doenças, indivíduos com problemas cardíacos ou respiratórios e aqueles com histórico de reações adversas precisam de uma abordagem cautelosa. Crianças também podem receber anestesia geral, mas a dosagem e o monitoramento precisam ser precisos para evitar complicações.
Leia mais:
Nem toda anestesia coloca o paciente em um estado de inconsciência profunda. Existem diferentes tipos, cada um adequado para determinadas situações médicas:
Cada tipo de anestesia tem riscos específicos, sendo que a anestesia geral, por atuar no sistema nervoso central e em funções vitais, requer monitoramento rigoroso.
Embora segura na maioria dos casos, a anestesia geral pode levar à morte em situações específicas. As causas mais comuns incluem reações alérgicas graves, depressão respiratória e complicações cardiovasculares.
Reações alérgicas severas, conhecidas como anafilaxia, podem ocorrer quando o sistema imunológico reage de forma exagerada a um dos componentes da anestesia. Isso pode causar inchaço nas vias aéreas, queda brusca da pressão arterial e choque anafilático, exigindo intervenção imediata.
A depressão respiratória é outro risco importante. A anestesia pode suprimir a atividade do centro respiratório no cérebro, tornando a respiração insuficiente ou até a cessando completamente. Para evitar esse problema, a maioria dos pacientes sob anestesia geral é intubada, garantindo que o oxigênio continue a ser fornecido aos pulmões.
Complicações cardiovasculares também são preocupantes. Algumas drogas anestésicas podem causar arritmias, queda abrupta da pressão arterial ou, em casos extremos, parada cardíaca. Pacientes com histórico de problemas cardíacos precisam ser monitorados cuidadosamente para evitar esses eventos.
Além dessas causas, existe a hipertermia maligna, uma condição genética rara que provoca aumento extremo da temperatura corporal e rigidez muscular quando o paciente é exposto a certos anestésicos. Essa reação pode ser fatal se não for tratada rapidamente.
Outro fator de risco são condições pré-existentes que aumentam a vulnerabilidade do paciente. Pessoas com doenças pulmonares, insuficiência renal ou hepática, obesidade mórbida e distúrbios neuromusculares têm mais chances de sofrer complicações. Por isso, exames e testes pré-operatórios são fundamentais para minimizar esses riscos.
A segurança na administração da anestesia depende de uma equipe bem treinada, monitoramento constante e equipamentos adequados para lidar com emergências.
Pessoas com problemas respiratórios severos podem apresentar riscos elevados. O médico anestesiologista avalia cada caso antes da administração.
Sim, na maioria dos casos. A intubação protege as vias aéreas e garante que o paciente receba oxigênio suficiente enquanto está inconsciente.
Com informações de PMC.
Esta post foi modificado pela última vez em 11 de março de 2025 17:20