Imagem: Syda Productions/Shutterstock
Um estudo realizado por pesquisadores da Université Laval, do Canadá, e do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo faz um alerta importante. O consumo excessivo de frutose pode ser prejudicial à saúde.
Segundo o trabalho, a substância, comum em dietas com alto teor de alimentos ultraprocessados, modifica a forma como o intestino responde à glicose. Isso pode levar ao aumento da absorção de açúcar, comprometendo o controle da glicemia.
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Durante o trabalho, pesquisadores alimentaram camundongos com uma dieta em que 8,5% da energia vinha da frutose, proporção considerada elevada, mas ainda próxima do consumo humano médio. O experimento durou sete semanas.
Apenas três dias após o início das análises, os animais já apresentavam um aumento na capacidade do intestino de absorver glicose, antes mesmo do surgimento da intolerância à glicose.
Após quatro semanas, a glicose já não era eficientemente removida do sangue e, ao fim do estudo, observou-se acúmulo de gordura no fígado, condição que pode evoluir para quadros mais graves, como a cirrose.
Mesmo com os efeitos adversos, os animais não desenvolveram resistência à insulina nos músculos ou no tecido adiposo, indicando que o descontrole glicêmico inicial ocorre por alterações no intestino e não por falha na resposta insulínica periférica.
Os responsáveis pelo estudo constataram que o consumo excessivo de frutose eleva os níveis circulantes de GLP-2, substância que estimula o crescimento da superfície intestinal e o aumento da absorção de nutrientes. Ao bloquear o receptor desse hormônio (Glp2r), foi possível impedir o aumento da absorção de glicose, evitando tanto a intolerância quanto o acúmulo de gordura no fígado.
Esta post foi modificado pela última vez em 4 de abril de 2025 12:17