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O Google voltou ao tribunal nesta segunda-feira (21) para a fase de definição das punições após ter sido condenado por monopólio no mercado de buscas online. O Departamento de Justiça dos Estados Unidos propôs medidas como a separação do navegador Chrome e a abertura dos dados de busca da empresa para concorrentes.
Em resposta, o Google passou a adotar um discurso centrado em segurança nacional e liderança tecnológica, defendendo que a fragmentação da empresa enfraqueceria a posição dos Estados Unidos na corrida global contra a China.
A companhia afirma que as propostas do governo colocam em risco a inovação americana justamente em um momento decisivo para o avanço da inteligência artificial. Em publicação oficial, o Google mencionou a chinesa DeepSeek como uma das concorrentes emergentes no setor e alertou que interferências regulatórias desse porte “conteriam o desenvolvimento da IA” no país.
De acordo com Lee-Anne Mulholland, vice-presidente de assuntos regulatórios do Google, a proposta do Departamento de Justiça levaria à criação de um comitê governamental para supervisionar o design e a evolução dos produtos da empresa. “Isso atrasaria a inovação americana em um ponto crítico. Estamos em uma corrida global acirrada com a China pela próxima geração de liderança tecnológica, e o Google está na linha de frente das empresas americanas que estão realizando descobertas científicas e tecnológicas”, escreveu.
A companhia também afirma que obrigar o compartilhamento de dados de busca — como termos digitados, cliques e resultados — não apenas geraria riscos à cibersegurança, como também aumentaria os custos de dispositivos para os consumidores. O navegador Chrome, alvo central da proposta de separação, é defendido como uma ferramenta aberta que serve de base para outros navegadores e garante liberdade de acesso à internet.
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Enquanto o Departamento de Justiça alega que os acordos comerciais do Google ainda reforçam seu monopólio, empresas concorrentes defendem maior liberdade de escolha para os usuários. A Perplexity, por exemplo, afirmou em comunicado que o ideal seria permitir que fabricantes de smartphones possam oferecer diferentes mecanismos de busca aos clientes, sem receio de sanções financeiras ou restrições de acesso.
“Os consumidores merecem os melhores produtos, não apenas os que pagam mais por espaço”, declarou a empresa, argumentando que a diversidade de opções deve ser o principal critério para definir os vencedores no mercado de buscas online.
Esta post foi modificado pela última vez em 22 de abril de 2025 20:41