(Imagem criada pelo ChatGPT)
Pesquisadores da Unicamp identificaram a presença de agrotóxicos na água da chuva em três municípios de São Paulo: Campinas, Brotas e a capital. A descoberta acende um sinal de alerta sobre o uso desse recurso natural para consumo humano e abastecimento público, especialmente em áreas próximas a grandes plantações.
Publicado na revista científica Chemosphere e divulgado pela Revista Fapesp, o estudo analisou amostras coletadas entre agosto de 2019 e setembro de 2021. Em todas as cidades pesquisadas, foram detectadas substâncias químicas associadas à agricultura, incluindo herbicidas, fungicidas e inseticidas.
Dos 14 agrotóxicos identificados, chamou a atenção dos cientistas a presença da atrazina, um herbicida que está com o uso proibido no Brasil, mas foi detectado em todas as amostras das três cidades.
A coordenadora da pesquisa, Cassiana Montagner, afirmou em entrevista à Revista Fapesp que a ideia de que a água da chuva é sempre limpa não corresponde à realidade. “Acho que isso que o estudo acaba trazendo um pouco: de levantar esse alerta com relação a essa questão ou a esse uso”, afirmou.
O levantamento reforça a necessidade de cautela no aproveitamento da água da chuva, especialmente em regiões com uso intensivo de defensivos agrícolas. A simples coleta desse recurso, sem tratamento adequado, pode representar riscos à saúde, principalmente quando usada para consumo direto.
O estudo se soma a outras iniciativas que vêm investigando o impacto dos resíduos de agrotóxicos no ambiente urbano e rural, destacando a importância de políticas públicas e tecnologias que garantam a qualidade da água em diferentes contextos.
Esta post foi modificado pela última vez em 25 de abril de 2025 20:54