Derinkuyu caverna cidade subterrânea, Capadócia, Turquia/Shutterstock_natalia_maroz
Este ano, cientistas da Itália e Escócia anunciaram a descoberta de estruturas sob as pirâmides do Egito, descritas como uma possível cidade subterrânea.
Entretanto, a afirmação foi prontamente refutada por especialistas renomados, incluindo o egiptólogo Zahi Hawass, que classificou as declarações como imprecisas e desprovidas de base científica. Teorias a parte, você já parou para pensar por que civilizações antigas construíam cidades subterrâneas, afinal?
Por que civilizações como incas, egípcios, turcos e até franceses investiram tanto na construção de cidades subterrâneas? Essas estruturas enigmáticas, que atravessam gerações e culturas, continuam despertando curiosidade e levantando teorias sobre seus propósitos.
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Ao contrário da ideia de civilizações que habitavam cavernas ou túneis subterrâneos, os incas utilizavam essas construções com propósitos práticos e estratégicos.
Essas estruturas eram projetadas para atender necessidades específicas, como sistemas de drenagem eficientes, reservatórios para armazenamento de água e práticas agrícolas em terrenos desafiadores. Essa abordagem demonstrava a engenhosidade e o profundo conhecimento técnico desse povo em relação ao ambiente onde viviam.
Os incas usavam essas construções para servir como túneis e passagens subterrâneas, fundamentais para conectar locais de relevância cultural e espiritual, como Sacsayhuamán e o templo de Coricancha. Além disso, é possível que algumas dessas estruturas tenham servido a propósitos ritualísticos, refletindo a crença dos incas no mundo subterrâneo, conhecido como UkuPacha.
Assim como os incas, os egípcios não construíam cidades subterrâneas destinadas à habitação. No entanto, suas estruturas abaixo do solo, como as câmaras nas pirâmides, eram projetadas para funções específicas, incluindo túmulos reais e locais de culto.
A recente descoberta na Itália desafia essa visão tradicional. Afinal, estudos de radar indicam a existência de uma extensa estrutura subterrânea sob as pirâmides de Gizé, levantando hipóteses sobre uma possível rede de energia e questionando a ideia de que as câmaras abaixo das pirâmides eram exclusivamente túmulos.
As cidades subterrâneas da Turquia, como Derinkuyu, foram projetadas, de acordo com arqueólogos, para proteger os habitantes durante períodos de conflitos e ataques, além de oferecer abrigo contra condições climáticas severas.
Essas estruturas também desempenharam um papel crucial como refúgios para indivíduos perseguidos por motivos religiosos ou políticos, destacando sua importância histórica e estratégica.
A cidade de Derinkuyu é a maior cidade subterrânea já descoberta no mundo, estendendo-se por mais de 85 metros abaixo da superfície, com mais de 18 níveis de túneis. Embora tenha sido um ponto turístico por muitos anos, a região foi declarada Patrimônio Mundial da Unesco em 1985.
As Catacumbas de Paris, criadas no século XVIII para resolver a superlotação dos cemitérios, são um dos exemplos mais emblemáticos do legado subterrâneo da França. Esses túneis, que armazenam ossos de milhões de pessoas, misturam história, memória e urbanismo, atraindo curiosidade e visitantes de todo o mundo.
Além disso, estruturas subterrâneas francesas, como a cidade de Naours, tiveram um papel importante ao longo da história. Naours, uma vasta rede de túneis com mais de 3 quilômetros de extensão, serviu inicialmente como refúgio para as populações locais durante conflitos e ataques.
Na Segunda Guerra Mundial, o local foi usado como abrigo e ponto estratégico. Túneis como esses e os bunkers evidenciam a capacidade da França de aproveitar o subsolo para fins logísticos e de preservação cultural.
Esta post foi modificado pela última vez em 24 de abril de 2025 14:40