Ciência e Espaço

Alerta global: estudo identifica uma mudança inesperada no Ártico

A capacidade dos oceanos polares de remover carbono da atmosfera pode entrar em declínio, segundo um estudo do Centro de Pesquisa Polar iC3. A pesquisa também identificou mudanças que comprometem o ecossistema de fiordes como Kongsfjorden, em Svalbard, um arquipélago norueguês situado no Ártico.

“As mudanças que observamos sugerem que o futuro desses ecossistemas de fiordes dependerá muito de quão bem eles se adaptarão a um clima mais quente”, afirmou Jochen Knies, principal autor do estudo.

Fiordes são grandes entradas de mar entre altas montanhas, geralmente formadas por erosão glacial. Eles são comuns em regiões polares e caracterizados por vales estreitos e profundos inundados pelo mar.

Geleira em Kongsfjorden, no arquipélago norueguês de Svalbard (Imagem: GABRIELLE WEISE/iStock)

Sobre as descobertas

A equipe analisou a dinâmica do fitoplâncton, seres microscópicos que servem de alimento para peixes e também desempenham um papel fundamental no ciclo do carbono e na regulação do clima.

Esse tipo de “vida” é incentivada a prosperar à medida que o gelo recua, com a luz solar atingindo uma área maior da superfície do oceano. Verões ensolarados são momentos de crescimento para o fitoplâncton, aumentando sua produtividade.

No entanto, conforme a água atinge uma “estagnação”, os nutrientes essenciais tornam-se mais difíceis de acessar, levando a uma situação contraditória: apesar do aumento na biomassa do fitoplâncton, a eficiência da captura de carbono pode diminuir.

“Embora a previsão seja de uma maior produção primária, a realidade é que águas mais quentes e estratificadas podem prejudicar a capacidade dos fiordes de servirem como sumidouros de carbono eficazes”, disse Knies.

Suprimento de nutrientes pode se tornar imprevisível, comprometendo a saúde de ecossistemas em fiordes (Imagem: AG-ChapelHill/iStock)

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O gelo ainda derrete…

O  fluxo de água do degelo glacial tem impactado na remodelação da paisagem desses fiordes, de acordo com a pesquisa. Com o desaparecimento das geleiras, o suprimento de nutrientes se torna imprevisível, comprometendo a saúde desses ecossistemas a longo prazo.

Sem um fluxo constante, o equilíbrio ecológico pode ser rompido, impactando potencialmente a cadeia alimentar e a produtividade geral dos fiordes. O Ártico, portanto, atua como um indicador vital das mudanças climáticas globais.

“O futuro dos fiordes árticos reflete os desafios climáticos mais amplos que enfrentamos globalmente”, alerta Jochen.

Esta post foi modificado pela última vez em 28 de abril de 2025 06:06

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Publicado por
Bruna Barone