(Imagem: Jose Luis Stephens / Shutterstock.com)
Durante o outono e o inverno, muitos moradores de grandes cidades percebem uma mudança nas cores do céu, especialmente ao amanhecer e ao entardecer. O tom alaranjado intenso, que marca o horizonte urbano nesses períodos, não é apenas um efeito visual bonito — ele é resultado direto de fenômenos atmosféricos e da poluição do ar.
A combinação entre o ângulo do sol, a inversão térmica e os poluentes presentes na atmosfera altera a forma como a luz se comporta. Esse conjunto de fatores intensifica tons quentes, como o laranja e o vermelho, enquanto outras cores são dispersadas pela atmosfera. O resultado é um céu com coloração mais marcante justamente nos meses mais frios do ano.
A inversão térmica é outro fator que contribui para o céu alaranjado, principalmente nas estações frias. Ela ocorre quando uma camada de ar quente se forma sobre o ar frio próximo ao solo, impedindo a circulação vertical da atmosfera. Isso cria uma espécie de “tampa” que retém os poluentes próximos da superfície.
Com a poluição concentrada mais próxima do solo, o fenômeno da dispersão da luz é ainda mais impactado. O céu tende a exibir cores mais fortes e carregadas, mas a beleza visual contrasta com um problema de saúde pública: o ar se torna mais nocivo para pessoas com doenças respiratórias, como asma e bronquite, além de afetar a população em geral.
Nas grandes cidades, onde a concentração de veículos e indústrias é maior, os efeitos da inversão térmica e da poluição são mais severos. A qualidade do ar piora, e o céu alaranjado é um indicativo visual desse cenário. Mas os impactos vão além da coloração: em períodos de clima seco, típicos do outono e inverno, o risco de incêndios florestais aumenta.
A vegetação ressecada, somada à poluição atmosférica, facilita a propagação do fogo. A fumaça dos incêndios contém partículas finas de carbono, que podem viajar por centenas de quilômetros. Quando isso acontece, o céu pode ganhar uma aparência ainda mais carregada — entre o cinza e o marrom escuro — reforçando os impactos ambientais e visuais da poluição.
Esta post foi modificado pela última vez em 9 de maio de 2025 21:06