Com restrições nos EUA, Nvidia avalia abrir centro na China

A Nvidia está planejando construir um centro de pesquisa e desenvolvimento em Xangai, na China. A estratégia busca contornar as restrições dos Estados Unidos às exportações de chips da empresa ao mercado chinês, de acordo com reportagem da Reuters.

As buscas começaram no início deste ano e os distritos de Minhang e Xuhui apresentaram as melhores condições para a nova instalação, segundo a reportagem. A companhia atualmente tem escritórios em Pequim, Guangzhou, Xangai e Shenzhen.

O novo projeto ganhou força após uma visita surpresa do CEO da Nvidia, Jensen Huang, à China no mês passado. Na ocasião, ele se reuniu com o vice-primeiro-ministro He Lifeng e o prefeito de Xangai, Gong Zheng. O governo local de Xangai teria oferecido incentivos para o plano, incluindo reduções de impostos. 

Restrições de longa data

O governo americano impôs restrições à exportação dos chips mais avançados da Nvidia para a China em 2022, alegando preocupações com possíveis aplicações militares. Na semana passada, o governo Trump anunciou que planeja adotar um modelo de acordos bilaterais para exportação de chips de IA.

Como relatou o Olhar Digital, Huang afirmou recentemente que é crucial que as empresas dos EUA tenham acesso ao mercado chinês. Segundo ele, “seria uma perda tremenda” não aproveitar a enorme demanda existente por lá.

O novo centro de pesquisa e desenvolvimento se concentraria em atender às demandas dos clientes chineses da fabricante de chips. Nenhum projeto de propriedade intelectual ou GPU seria enviado ao centro ou a qualquer outro lugar do país, disse uma fonte ao site MarketWatch.

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Mercado de grande importância

• As vendas na China geraram US$ 17 bilhões em receita para a Nvidia no ano fiscal encerrado em 26 de janeiro, respondendo por 13% das vendas totais da empresa;
• O mercado de IA do país pode atingir US$ 50 bilhões nos próximos dois a três anos, segundo Huang;
• A empresa tem focado em versões mais simples de seus chips, como o H20 e o L40, potentes o suficiente para atrair as gigantes tecnológicas chinesas, mantendo-se apenas um pouco abaixo dos limites regulatórios para as exportações para a China;
• Ao mesmo tempo, a Nvidia continua o trabalho de expansão internacional e anunciou uma parceria com o Fundo de Investimento Público da Arábia Saudita para criar fábricas de IA no país nos próximos cinco anos.