(Imagem: Tomaz Silva/Agência Brasil)
A luta contra a gripe aviária entra numa nova fase. Existem cerca de 20 vacinas contra o vírus H5N1 licenciadas por autoridades reguladoras de ao menos dez países.
Esses imunizantes, produzidos em caráter emergencial, são considerados ferramentas essenciais para conter a disseminação da cepa 2.3.4.4b. Identificada em 2022, ela se espalhou por aves e mamíferos ao redor do mundo.
Entre os países que já possuem vacinas aprovadas e estocadas, estão:
Dessas nações, apenas a Finlândia começou um programa de imunização voltado a grupos de risco – por exemplo: crianças a partir de seis meses de idade, adultos com mais de 65 anos e profissionais expostos.
O Instituto Butantan desenvolveu uma vacina contra o H5N1. Atualmente, o instituto aguarda autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para iniciar testes em humanos.
Enquanto isso, a agência segue monitorando os casos no país. Mas medidas sanitárias adicionais não foram adotadas até o momento.
As vacinas licenciadas se dividem em dois tipos principais:
A maioria inclui adjuvantes – substâncias que aumentam a resposta imune e permitem a utilização de quantidades menores de antígeno. Isso aumenta tanto eficiência quanto economia.
As vacinas atualmente aprovadas são eficazes contra a cepa dominante, além de causarem respostas imunes adequadas em todas as faixas etárias. Pelo menos, é o que aponta um estudo publicado na renomada revista científica The Lancet em abril de 2025.
O perfil de segurança é considerado favorável, com testes realizados em mais de 32 mil pessoas. Os efeitos adversos mais comuns foram leves ou moderados – por exemplo: dor no local da aplicação, fadiga e dor de cabeça. São efeitos parecidos aos de vacinas sazonais da gripe.
Em crianças, reações sistêmicas foram mais frequentes. Essas reações são respostas do organismo que afetam o corpo todo e não apenas o local da aplicação da vacina. Exemplos comuns incluem: febre, mal-estar, dor de cabeça, fadiga e dores musculares.
As vacinas com adjuvantes podem causar maior reatividade local. Mas mantêm um bom perfil de segurança nos grupos recomendados. Ainda assim, faltam dados conclusivos sobre seu uso em gestantes, lactantes e pessoas com doenças crônicas.
Leia mais:
Desde sua primeira aparição em aves, na China em 1996, o H5N1 tem sido uma preocupação constante para a saúde pública.
Sua chegada à América do Norte em 2014 já havia causado prejuízos significativos à avicultura. Mas foi em 2022, com o surgimento do clado 2.3.4.4b, que o risco se ampliou consideravelmente.
Em 2024, a situação se agravou. No ano em questão, quase mil casos de gripe aviária em humanos foram confirmados. E a taxa de mortalidade ficou em torno de 50%. Isso elevou a urgência por soluções eficazes.
Vale reforçar:
Com as vacinas licenciadas e prontas para uso, o mundo dá um passo importante para conter o avanço da gripe aviária. As próximas etapas devem ser: 1) garantir acesso equitativo; e 2) acelerar a produção das vacinas. Assim, a imunização em massa poderia ser iniciada rapidamente, caso necessário.
Esta post foi modificado pela última vez em 21 de maio de 2025 09:17