(Imagem: Donkeyworx / Shutterstock.com)
A pandemia de Covid-19 pode ter impactado a saúde do cérebro das pessoas, mesmo daquelas que nunca foram infectadas pelo vírus. É o que sugere um novo estudo conduzido por pesquisadores da Universidade de Nottingham, no Reino Unido. A pesquisa indicou sinais de envelhecimento cerebral acelerado em indivíduos que viveram durante o período da pandemia, comparados a outros que foram analisados apenas antes desse evento global.
Segundo os autores, os efeitos foram mais marcantes em pessoas mais velhas, homens e indivíduos em situação de maior vulnerabilidade socioeconômica. A análise, publicada na revista científica Nature Communications, utilizou exames de imagem e aprendizado de máquina para estimar a “idade cerebral” — ou seja, a diferença entre a idade real da pessoa e a aparência de seu cérebro nas imagens.
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Apesar das descobertas, os pesquisadores ressaltam que os efeitos observados podem ser reversíveis. A professora Dorothee Auer, especialista em neuroimagem e coautora do estudo, destacou que a pesquisa reforça como a saúde cerebral é influenciada não apenas por doenças, mas também pelo ambiente em que vivemos: “A pandemia colocou pressão na vida das pessoas, especialmente nas que já enfrentavam desvantagens”.
Os dados analisados vieram do UK Biobank, um amplo banco de dados de saúde do Reino Unido. A equipe avaliou quase mil adultos saudáveis, com exames de ressonância magnética feitos antes e depois da pandemia. O modelo de predição da idade cerebral foi desenvolvido a partir de mais de 15 mil exames de indivíduos saudáveis e sem comorbidades, permitindo uma estimativa precisa.
O professor Stamatios Sotiropoulos, especialista em neuroimagem computacional e coautor do estudo, afirmou que o acesso a dados longitudinais raros, obtidos antes e depois da pandemia, permitiu observar de forma única como grandes eventos da vida afetam o cérebro humano.
Esta post foi modificado pela última vez em 22 de julho de 2025 14:23