Ozzy Osbourne em conferência de imprensa para OZZFEST encontra KNOTFEST em 2016. Imagem: L Paul Mann / Shutterstock
O artista Ozzy Osbourne morreu nesta terça-feira (22), aos 76 anos. A vida do vocalista da banda Black Sabbath foi tão intensa que, há alguns anos, pesquisadores quiseram entender como ele sobreviveu aos anos de abuso de álcool e drogas.
A análise do DNA do músico revelou algo surpreendente: mutações genéticas nunca vistas antes, incluindo uma predisposição ao vício nos entorpecentes. Bill Sullivan, autor do livro Pleased to Meet Me, afirmou que Ozzy Osbourne era um “mutante genético”.
Ozzy Osbourne teve uma vida agitada, tendo abusado de álcool e drogas pesadas durante boa parte da carreira.
Pesquisadores ficaram curiosos e quiseram entender como o cantor suportou tão bem esses vícios, quando outras pessoas morreram em decorrências deles. Em 2010, a empresa americana Knome Inc., especializada em genomas humanos, convidou Ozzy para sequenciar seu DNA por completo. Ele aceitou.
A análise do material genético foi feita pela empresa Cofactor Genomics e a interpretação dos dados ficou por conta da Knome. Os resultados foram apresentados naquele ano em uma conferência chamada TEDMED, que contou com a participação do cantor e sua esposa, Sharon Osbourne.
A análise revelou mutações inéditas que poderiam explicar a resistência do músico ao álcool, além de variantes genéticas que indicam uma predisposição ao vício.
Vamos dar um passo atrás.
Bill Sullivan, autor do livro que explica a influência dos genes, acredita que o DNA pode influenciar comportamentos, preferências alimentares e até tendências políticas. Por exemplo, pessoas com posicionamentos conservadores tendem a ter uma amígdala maior, uma parte do cérebro ativada em situações de medo. Já pessoas mais liberais têm um córtex cingulado anterior maior, a parte envolvida na análise de pensamentos instintivos.
Segundo ele, as variações genéticas – ou a combinação de várias variações juntas – determinam nossas predisposições, emoções… e por aí vai.
Foi isso que aconteceu com Ozzy Osbourne.
De acordo com o livro, o cantor tinha um conjunto de variações genéticas que criava uma espécie de “efeito protetor” contra os vícios. Não é que ele não era afetado por isso, mas parece que Ozzy conseguiu lidar com esse estresse melhor do que outras pessoas.
Os cientistas explicaram que não há um gene específico responsável por isso, mas sim um conjunto de genes que, juntos, afetavam a produção de uma proteína importante no processo de comunicação entre células nervosas.
A equipe também encontrou variantes no gene ADH4, relacionado à metabolização do álcool, que pode explicar como Ozzy Osbourne metabolizava a bebida de um jeito diferente de outras pessoas.
Mas será que ele acreditou nisso?
Esta post foi modificado pela última vez em 23 de julho de 2025 17:14