(Imagem: Algi Febri Sugita/Shutterstock)
A mídia estatal chinesa voltou a levantar preocupações sobre a segurança dos chips H20 da Nvidia, desenvolvidos especificamente para o mercado chinês.
Yuyuan Tantian, ligado à emissora estatal CCTV, fez uma série de alegações neste domingo (10) em seu perfil na rede social WeChat, conforme a agência de notícias Reuters.
Segundo ele, os semicondutores não são tecnologicamente avançados, não atendem a padrões ambientais e podem conter backdoors capazes de permitir acesso remoto ou desligamento dos sistemas. A recomendação implícita foi que consumidores evitem adquirir o produto.
Os chips H20 surgiram como alternativa após o governo dos EUA impor, no fim de 2023, restrições à exportação de semicondutores de inteligência artificial para a China. Em abril deste ano, a administração de Donald Trump proibiu a venda dos H20 ao país, medida revertida em julho.
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No dia 31 de julho, o órgão regulador do ciberespaço chinês convocou a Nvidia para explicar possíveis riscos de backdoor nos H20. Esse tipo de falha permitiria a bypass de autenticações e controles de segurança, possibilitando, por exemplo, o acesso remoto não autorizado.
A Nvidia negou qualquer brecha do tipo, mas a publicação do Yuyuan Tantian reforçou a suspeita, dizendo que a funcionalidade de “desligamento remoto” poderia ser acionada via hardware. A crítica veio na esteira de um comentário do People’s Daily, outro importante veículo estatal, que também questionou a empresa.
As acusações se somam ao cenário de tensões comerciais e tecnológicas entre EUA e China, em que segurança cibernética e independência tecnológica se tornaram prioridades estratégicas para ambos os lados.
Em tecnologia, backdoor é um mecanismo (intencional ou acidental) que permite acessar um sistema ou dispositivo contornando os processos normais de autenticação e segurança. Essa “porta dos fundos” pode estar presente em software ou hardware e ser usada para executar comandos, transferir dados ou até desligar equipamentos remotamente, sem o conhecimento do usuário.
Especialistas em cibersegurança alertam que, se explorado, um backdoor pode permitir espionagem, roubo de informações sensíveis e até ataques coordenados contra infraestrutura crítica. Por isso, a simples suspeita da presença desse recurso em equipamentos estratégicos, como chips de inteligência artificial, levanta fortes preocupações políticas, comerciais e de defesa nacional.
Esta post foi modificado pela última vez em 10 de agosto de 2025 16:54