Cientistas simularam cenários com e sem migração estelar, avaliando as probabilidades de formação de planetas rochosos em diferentes pontos da galáxia (Imagem: WhataWin/iStock)
Um novo estudo sugere que planetas habitáveis podem ser mais comuns nas áreas externas da Via Láctea do que se pensava. A pesquisa analisou como o movimento das estrelas pelo Espaço, fenômeno conhecido como migração estelar, influencia a chamada Zona Habitável Galáctica (GHZ, na sigla em inglês), regiões onde a vida complexa poderia surgir.
A investigação foi publicada no periódico Astronomy & Astrophysics e disponibilizada no servidor de pré-impressão arXiv. Os cientistas simularam cenários com e sem migração estelar, avaliando as probabilidades de formação de planetas rochosos em diferentes pontos da galáxia.
Os resultados mostram que a migração estelar tem papel crucial, favorecendo a formação de mundos habitáveis longe do centro da galáxia. O estudo estima que essa movimentação aumenta em até cinco vezes a chance de uma estrela abrigar planetas com condições favoráveis à vida.
Outro ponto relevante identificado é o papel dos gigantes gasosos. Segundo os modelos, a presença desses planetas nas regiões mais internas da Via Láctea pode afetar a formação de planetas rochosos, alterando as condições da zona habitável em áreas próximas ao núcleo da galáxia.
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A ampliação da definição da GHZ feita pelo novo estudo é considerada um passo importante. Os autores destacam que o trabalho abre caminho para futuras missões espaciais que busquem identificar planetas potencialmente habitáveis fora do Sistema Solar.
Entre elas está a missão PLATO, da Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês), prevista para 2026. Ela terá, como objetivo, monitorar um milhão de estrelas em trânsito, técnica usada para detectar exoplanetas quando eles passam em frente às suas estrelas.
Outro projeto da ESA, o Ariel, deve ser lançado em 2029 e observará, pelo menos, mil exoplanetas. O foco será estudar suas atmosferas, temperaturas e composições químicas, ajudando a entender melhor os ambientes desses mundos distantes.
Por fim, o projeto LIFE, iniciado em 2017, tem como missão observar atmosferas de planetas terrestres fora do Sistema Solar, em busca de biomarcadores. A detecção desses sinais pode indicar presença de processos biológicos e até sugerir a existência de vida extraterrestre.
Esta post foi modificado pela última vez em 5 de setembro de 2025 02:03